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Dipirona será investigada na Europa por possível efeito colateral grave

Tradicional remédio popular para tratamento de dores e febre poderia diminuir produção dos glóbulos brancos
17/06/2024 | 12h53

Remédio popular para tratamento de dores e febre, a dipirona está sendo investigada na Europa pelo risco de agranulocitose, diminuição dos glóbulos brancos que pode provocar infecções graves e até fatais.

O comunicado foi feito pela European Medicines Agency (Agência de Medicamentos da Europa), na última sexta-feira (14).

O risco desse efeito colateral já é alertado na bula do remédio, que é feito à base de Metamizol. A investigação da agência europeia, no entanto, busca entender se as medidas em vigor são suficientes para evitar os casos, que ainda são considerados raros.

“A informação dos vários medicamentos que contêm metamizol lista atualmente a agranulocitose como um efeito secundário raro (que ocorre em até 1 em 1.000 pessoas) ou como um efeito secundário muito raro (que ocorre em até 1 em 10.000 pessoas). As medidas em vigor para minimizar este risco variam entre os países”, diz o comunicado.

A Finlândia, país que solicitou a abertura das investigações, chegou a retirar o remédio do mercado após crescentes notificações de casos de agranulocitose com Metamizol no país. Na investigação, a agência vai avaliar o impacto do medicamento na relação benefício-risco.

Após a investigação, um comunicado da agência informará se a dipirona terá o uso mantido, alterado ou até suspenso na Europa.

Dipirona

A dipirona é consumida na União Europeia desde a década de 1920 e pode ser usada por via oral, supositório ou injeção. Áustria, Bélgica, Bulgária, Croácia, República Checa, Alemanha, Hungria, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Países Baixos, Polônia, Portugal, Romênia, Eslováquia, Eslovênia e Espanha autorizam o uso do medicamento sem restrições.

Em mais de 30 países, como o Japão, Austrália, Reino Unido e Estados Unidos, a venda do remédio é proibida.

Dipirona é consumida na União Europeia desde a década de 1920. Foto: reprodução

Brasil

No Brasil, onde a dipirona também é vendida sem restrições, o remédio foi o quarto mais vendido no Brasil em 2022, de acordo com o Anuário Estatístico do Mercado Farmacêutico.

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), 93,5 milhões de doses foram vendidas no país no início de 2023. Em um congresso em 2001, o remédio foi considerado eficaz pela entidade como antitérmico e analgésico, e que os riscos para os brasileiros eram iguais ou menores com os de outros remédios à venda no mercado.

“A dipirona, como qualquer outro medicamento, não é isenta de riscos relacionados ao seu uso, entretanto, seu perfil de segurança é bem estabelecido e o benefício do uso conforme as condições aprovadas em bula superam os riscos conhecidos relacionados ao uso”, disse a agência.

O último estudo mais recente no país sobre o medicamento foi em 2008, quando foram analisados os casos de agranulocitose no Brasil, Argentina e México. Das 548 milhões de pessoas que participaram da pesquisa, 52 tiveram a doença, o que equivale a 0,38 casos por milhão, taxa considerada muito baixa.

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