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Ex-presidente do Vitória (BA) confessa ter ‘comprado’ desembargador e fraudado ‘antidoping’

Em transmissão ao vivo, Paulo Carneiro disse que 'compra' custou R$ 600 mil e garantiu a Copa do Nordeste de 2003
26/06/2024 | 14h15

Ex-presidente do Esporte Clube Vitória, da Bahia, Paulo Carneiro confessou na última terça-feira (25) que “comprou” um desembargador em uma ação contra a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e a Rede Globo. A confissão ocorreu em uma live no canal Zona Mista, no YouTube. Após a declaração, a transmissão foi interrompida e retirada do ar.

Segundo Carneiro, a “compra” de um desembargador do Rio de Janeiro custou R$ 600 mil e foi para garantir a realização da Copa do Nordeste de 2003. A revelação foi feita durante comentário sobre uma goleada do Vitória sobre o rival Fluminense de Feira de Santana durante o torneio — o clube foi campeão naquele ano.

“Aí nós fizemos o campeonato que a gente ganhou até do Fluminense de Feira, em 2003. Aí eu entrei com uma ação contra a CBF e a Globo. Peguei um advogado no Rio, meu amigo Pedro Paulo Magalhães, e comprei um desembargador no Rio”, relatou.

Carneiro também revelou que adulterou o exame antidoping de um jogador do clube para evitar que fosse detectado o uso de maconha.

“Aí eu subi a escada atrás de Matuzalem, que o cínico era o Matuzalem, vagabundo. Já troquei até urina para salvar o doping dele, que ele era maconheiro”, confessou o ex-presidente.

Carneiro confessa “compra” de desembargador e adulteração de exame antidoping

Ex-presidente: susto ao vivo

Ao saber que o programa estava sendo transmitido ao vivo, o ex-presidente ficou surpreso. “Vocês estão de brincadeira [afastando o microfone]. Estão falando sério?”, perguntou. “Tira aí, tira aí, tira aí, por favor, se não […] Pelo amor de Deus, nem brinque com isso. Pode tirar aí, senão eu paro”, pediu.

Carneiro foi presidente do Vitória entre 1991 e 2000. Em 2019, ele voltou ao cargo, mas foi destituído em 2022 após o Conselho Deliberativo decidir pelo afastamento — na época, a Comissão de Ética apontou indícios de gestão temerária.

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