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21% das mulheres negras ocupadas não conseguem contribuir para a Previdência, aponta pesquisa

Em 2016, esse número era de 19,2%
16/08/2024 | 04h30

Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgada na última quinta-feira (15), revelou que 21,2% das mulheres negras ocupadas não tinham condições de contribuir com a Previdência em 2022.

Segundo os dados do Ipea, esses números se agravaram em seis anos, o que deixou as mulheres negras ocupadas mais vulneráveis. Em 2016, esse número era de 19,2%.

O Ipea revelou, ainda, que o número de homens brancos sem condições de contribuir com a Previdência em 2022 era de apenas 6,8%.

Proteção previdenciária

A proteção previdenciária da população brasileira ocupada, segundo a pesquisa, com idade entre 16 e 59 anos, caiu entre 2016 e 2022.

Apenas 52% das mulheres negras e 54% das mulheres brancas participavam do mercado de trabalho remunerado, em contraste com 75% dos homens negros e 74% dos homens brancos.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as trabalhadoras recebem menos de 80% do salário médio dos trabalhadores do sexo masculino e ainda trabalham sem remuneração, em média, 10 horas a mais por semana em tarefas domésticas e de cuidado.

Mulheres recebem 19,4% a menos que homens, aponta relatório MTE

Em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, a diferença de remuneração chega a 25,2%.

Dados do 1º Relatório Nacional de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios mostram que as trabalhadoras mulheres ganham 19,4% a menos que os trabalhadores homens no Brasil. O levantamento foi divulgado em março pelos ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego (MTE).

O relatório foi consolidado a partir das informações preenchidas no eSocial, o sistema federal de coleta de informações trabalhistas, previdenciárias e tributárias. Ao todo, 49.587 empresas com 100 ou mais funcionários do Brasil preencheram as informações relativas a 2022.

Apesar de as mulheres receberem, em média, 19,4% a menos que os homens, a diferença salarial pode variar ainda mais. Em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, a diferença de remuneração chega a 25,2%.

O Ministério das Mulheres destaca que no recorte por raça/cor do relatório, as mulheres negras, além de estarem em menor número no mercado de trabalho (2.987.559 vínculos, 16,9% do total), são as que têm renda mais desigual.

Enquanto a remuneração média da mulher negra é de R$ 3.040,89, correspondendo a 68% da média de remuneração dos homens não-negros é de R$ 5.718,40 — 27,9% superior à média. As mulheres negras também ganham 66,7% da remuneração das mulheres não negras.

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