O Bitcoin teve uma perda equivalente a cerca de US$ 200 bilhões em 24 horas, de acordo com estimativas do site CoinMarketCap. Ao longo da madrugada já era possível perceber que a perda da bitcoin continuaria nesta quinta-feira (12), uma vez que ações relacionadas a criptomoedas caíram nos mercados asiáticos. Com a moeda caindo abaixo dos US$ 30 mil e atingindo o valor mais baixo do ano.
Nesta quinta-feira (12), às 12h06 do horário de Brasília, o Bitcoin caía 6,62% e o Ethereum 13,92%. A perda semanal destas moedas foi de 22,65% e 28,70%, respectivamente.
O Bitcoin caiu cerca de 55% desde seu topo histórico de Novembro do 2021. Segundo uma pesquisa realizada pela Glassnode. Até o momento, cerca de 40% dos investidores estão no prejuízo. Essa porcentagem é ainda maior se você isolar os investidores de curto prazo que entraram no criptomercado nos últimos seis meses, quando o Bitcoin chegou a uma máxima de US$ 69 mil.
Um fator que tem influenciado a queda das criptomoedas é o fato de os Bancos Centrais ao redor do mundo estarem agindo de forma mais agressiva para segurar a inflação, como foi o caso do aumento das taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos. Neste cenário, investidores tendem a fugir dos ativos de risco.
Segundo o economista e sócio-fundador do ICL, Eduardo Moreira, com o aumento da taxa de juro nos Estados Unidos, na Inglaterra, no Banco Central Europeu, no Brasil, os investidores que buscam dinheiro fácil começaram a fazer a retirada das criptomoedas. Com isso, veio o efeito manada.
“Quando o primeiro começa a tirar o seu dinheiro, há um círculo vicioso que, cada vez mais, alimenta o estouro dessa bolha. As pessoas vão querer tirar o dinheiro e a crise vai aumentar. Tem muita gente da classe média neste investimento. Muitos pobres, que não têm dinheiro para comprar comida, mas investiram em Bitcoin. Vai tudo virar pó. A forma como as coisas estão sendo feitas é leviana. Não sejam os últimos a sair do quarto para apagar a luz. A criptomoeda que você tem pode virar pó”, afirma Moreira.
Queda da Bitcoin faz aumentar “transações urgentes”
Analistas do Glassnode também notaram um aumento em “transações urgentes” durante os últimos dias com a pressão de venda, com usuários até mesmo pagando taxas mais altas para realizar essas transações.
Isso indica que muitos estão dispostos a pagar mais para conseguir confirmar suas transações, possivelmente para realizar vendas a tempo de recuperar prejuízos.
O valor total em taxas pagas chegou a 3.07 bitcoins durante a última semana, o segundo maior valor registrado na história da criptomoeda.
A maioria dos perfis de carteira, “de camarões a baleias”, suavizaram suas tendências de acumulação no sistema do Bitcoin, de acordo com o relatório.
Ou seja, investidores de diferentes tamanhos, dos maiores aos menores, estão diminuindo suas compras. O relatório da Glassnode também destaca que carteiras com mais de 10.000 bitcoins são uma força distributiva particularmente significativa nas últimas semanas, estando entre alguns dos que mais vendem.
Bitcoin é um ativo especulativo
O Bitcoin, assim como outras criptomoedas, não é regulado por nenhum órgão vinculado a governos, como os Bancos Centrais. Em vez disso, a blockchain é o que mantém os registros de transações e a emissão limitada de novas criptomoedas é feita por meio de um processo chamado de mineração, efetuado por pessoas e empresas que têm computadores dedicados a essa finalidade e são remunerados (em bitcoin) por essa atividade.
“Criptomoedas são ativos de risco”, disse David Spika, presidente e diretor de investimentos da GuideStone Capital Management. “‘Deve ser um bom hedge de inflação.’ Errado. É um ativo especulativo que não terá um bom desempenho em um ambiente como este.”
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias
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