Por Tempo Real
Seis pacientes que receberam órgãos em transplantes no Estado do Rio foram contaminados pelo vírus HIV, causador da Aids. Os casos foram notificados a partir do dia 10 de setembro deste ano.
Ocorre que dois doadores eram portadores do vírus, mas exames laboratoriais realizados à época da morte tinham sido negativos. A informação foi divulgada inicialmente pela Bandeirantes.
Não há registros de outros casos semelhantes a esses no Brasil. Após a morte encefálica do doador, é realizada a análise clínica e biológica e, segundo a reportagem, o erro teria acontecido nesta etapa, na qual o exame feito para constatar doenças teria sido negativo para todas.
Dessa forma, a doação foi liberada. Um paciente que recebeu um coração começou a se sentir mal nove meses após o procedimento. Ele realizou vários exames que comprovaram que havia sido contaminado pelo HIV.
Hemorio vai testar 288 doadores para detectar HIV
O Hemorio está realizando testes em outros 288 doadores para verificar se há mais casos. Ainda de acordo com a Bandeirantes, é possível que o número de infectados chegue a 600. O laboratório PCS, responsável pelos testes feitos após as mortes dos doadores, foi fiscalizado pela Anvisa e interditado.
A empresa atua desde 2021 com a Secretaria estadual de Saúde (SES) e o serviço relacionado a transplantes tem o valor de R$ 11 milhões.
A Secretaria de Estado de Saúde afirmou que considera o caso inadmissível. Uma comissão multidisciplinar foi criada para acolher os pacientes afetados e, imediatamente, foram tomadas medidas para garantir a segurança dos transplantados.
O laboratório privado, contratado por licitação pela Fundação Saúde para atender o programa de transplantes, teve o serviço suspenso logo após a ciência do caso e foi interditado cautelarmente. Com isso, os exames passaram a ser realizados pelo Hemorio.
Secretaria da Saúde: ‘situação sem precedentes’
A Secretaria está realizando um rastreio com a reavaliação de todas as amostras de sangue armazenadas dos doadores, a partir de dezembro de 2023, data da contratação do laboratório.
Uma sindicância foi instaurada para identificar e punir os responsáveis. Por necessidade de preservação das identidades dos doadores e transplantados, bem como do encaminhamento da sindicância, não serão divulgados detalhes das circunstâncias.
Por fim, a SES admitiu que esta é uma situação sem precedentes. Destacou que o serviço de transplantes no estado do Rio de Janeiro sempre realizou um trabalho de excelência e, desde 2006, salvou as vidas de mais de 16 mil pessoas.
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