De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), em maio, 87,3% das 482 negociações registradas até 4 de junho asseguraram ganhos reais aos salários, na comparação com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (INPC-IBGE). Outras 10,4% registraram resultados iguais à inflação e apenas 2,3% ficaram abaixo do índice inflacionário. Os resultados de maio, embora preliminares, apontam para a volta aos patamares registrados no primeiro trimestre de 2024, quando ao menos 85% dos reajustes alcançaram ganhos reais.
A variação real média dos reajustes na data-base – equivalente à média simples de todas as variações reais dos salários de maio – foi de 1,86%, a maior desde julho de 2023.
Em 2024, considerando os dados até a data-base maio, 85,2% dos 4.027 reajustes analisados resultaram em ganhos reais aos salários, sempre na comparação com o INPC. Outros 11,6% dos resultados ficaram em percentual igual à variação dos preços nos meses anteriores à correspondente data-base e apenas 3,2% em percentual inferior à inflação. A variação real média em 2024 é, no momento, igual a 1,63%.
Na comparação entre os setores econômicos, a indústria e os serviços apresentam percentuais idênticos de reajustes acima da inflação (86,4%). O comércio, por sua vez, tem percentual menor (ganhos reais em 75,3%), com presença maior de resultados iguais ao INPC (22,1%, diante dos 10,1% da indústria e dos 10,5% dos serviços).
Negociações salariais: maior valor médio dos pisos salariais está no comércio
Notam-se poucas diferenças na distribuição dos reajustes salariais em relação ao INPC entre as regiões geográficas, em 2024. Todas apresentam ganhos reais em mais de 80% dos casos e resultados iguais ao INPC entre 9,1% e 14,1%.
As negociações por categoria (que resultam em convenções coletivas) seguem, em 2024, com ligeira vantagem em relação às negociações por empresas (que se traduzem em acordos coletivos).
O valor médio dos pisos salariais analisados nos primeiros quatro meses do ano foi de R$ 1.639,83; e o valor mediano, de R$ 1.540,36.
Na comparação entre os setores, o maior valor médio pertence ao comércio (1.696,57); e o maior valor mediano, ao setor rural (R$ 1.600,00). Já os menores são da indústria (valor médio de R$ 1.579,50) e mediano de R$ 1.497,58).
Do Dieese
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