Por Mariana Durães e Aline Freitas
(UOL/Folhapress) – Das 21 feridos no incêndio que atingiu uma fábrica de tecidos em Ramos, na Zona Norte do Rio, nove continuam internados em estado grave na manhã desta quinta-feira (13).
Seis vítimas já receberam alta. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, oito vítimas deram entradas em hospitais da rede. Dessas, uma permanece internada em estado estável no Hospital Salgo Filho; e duas – sendo uma grave e uma estável -, seguem no Hospital Souza Aguiar. Os outros pacientes da rede municipal já foram liberados. No Hospital Bonsucesso, um homem foi liberado nesta quarta (12) e duas mulheres seguem internadas, uma com previsão de alta para a manhã desta quinta (13).
Todas as dez pessoas encaminhadas ao Hospital Getúlio Vargas permanecem internadas. De administração estadual, a unidade de saúde ainda conta com três homens e cinco mulheres internados em estado grave e duas mulheres estáveis. Segundo o hospital, todos os pacientes foram internados com quadros de queimadura em via aérea após inalação de fumaça tóxica.
O incêndio
Pessoas se penduraram na janela para fugir das chamas. As imagens iniciais da ocorrência mostravam dezenas de trabalhadores do local grudados nas grades da janela esperando o resgate. Em entrevista para a TV Globo, os sobreviventes contaram que cerca de 30 pessoas dormiam no local quando o fogo começou.

Trabalhadores se penduraram nas janelas para fugir do fogo (Foto: Reprodução)
Na tarde de quarta, o fogo já havia sido controlado. No início da tarde, o Corpo de Bombeiros já havia confirmado que o incêndio estava em fase de rescaldo. Ao todo, treze unidades da corporação foram acionadas para atuar na ocorrência.
Prédio não tinha aval de segurança do Corpo de Bombeiros. Segundo a corporação, a fábrica não estava com o laudo atualizado e, portanto, não poderia estar em funcionamento. O Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro (MPT-RJ) informou que autuou com urgência uma Notícia de Fato para apurar as condições de trabalho do local.
Local era responsável pela produção das fantasias de ao menos cinco escolas de samba. Três agremiações comunicaram que todas as fantasias estavam na fábrica. Outras duas informaram que adereços de algumas alas estavam na fábrica. O UOL tentou contato com a empresa, mas ainda não obteve retorno. O texto será atualizado tão logo haja resposta.
Escolas afetadas que conseguirem desfilar não poderão ser rebaixadas. Em nota publicada em sua rede social, o prefeito Eduardo Paes (PSD) informou que conversou com o presidente da Liga RJ, Hugo Júnior. Os dois decidiram que as escolas afetadas da liga Ouro que conseguirem desfilar vão ser consideradas ‘Hors concours’.
Liga RJ vai convocar reunião para definir próximos passos. Em nota, a organizadora do carnaval carioca informou que o objetivo é que nenhuma escola afetada seja prejudicada na competição. Disse, também, que o planejamento do Carnaval foi diretamente atingido pelo incêndio.

Resgate foi feito pelas janelas da fábrica (Foto: Reprodução)
Relatos das vítimas
Segundo funcionária, todos conseguiram sair. Em entrevista a TV Globo, a funcionária Marli contou que todos dormiam no local foram retirados. “Havia aproximadamente umas 30 pessoas e todo mundo conseguiu sair”, afirmou enquanto recebia atendimento médico.
Homem que foi resgatado pela janela diz que incêndio começou no térreo. “Algumas pessoas pularam, outras desceram pela escada”, contou.
Trabalhadores dormem no local para trabalhar por turnos. Outra funcionária explicou, em entrevista ao RJTV, que eles se revezam em turnos para produzir as fantasias de carnaval.
“Fui o primeiro a sair. Não sei quem ficou lá dentro. Não sei quantas pessoas estão bem ou mal. Tinha senhora de idade, tinha adolescente”, relatou um funcionário à TV, que estava trabalhado no momento. “Foi muito rápido, porque tinha espuma, tecido. Foi muito rápido”.
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