Parte dos R$ 17,2 milhões doados via Pix por apoiadores de Jair Bolsonaro, em 2023, não está mais nas contas do ex-presidente. É o que revela investigação da Polícia Federal, com autorização ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que abriu nova frente de apuração.
De acordo com o jornalista Rodrigo Rangel, do Metrópoles, ao mapear, nos últimos meses, as transações bancárias de Bolsonaro, a PF constatou que boa parte do dinheiro foi transferida para contas de advogados do ex-presidente.
As transferências, no entanto, chamaram a atenção da PF. Isso porque, teoricamente, os advogados de Bolsonaro estariam sendo pagos pelo Partido Liberal (PL). Ou seja, não haveria necessidade do ex-presidente efetuar pagamentos como pessoa física.
INVESTIGAÇÃO
Com o objetivo de seguir o dinheiro, a PF agora se debruça sobre o sumiço de parte das doações dos apoiadores. De acordo com as investigações, uma das hipóteses é que parcela considerável dos R$ 17,2 milhões tenha sido transferida a terceiros e, em seguida, retornado às contas de integrantes da família de Bolsonaro.
Caso fiquem comprovadas pela PF que as transferências tenham saído e depois retornado, Bolsonaro poderá até mesmo ser enquadrado por crime de lavagem de dinheiro.
PIX
Relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), enviado à CPI do 8 de Janeiro revelou que, entre janeiro e julho de 2023, Jair Bolsonaro recebeu R$ 17,2 milhões em transferências via Pix. Os mais de 700 mil depósitos seriam para pagar despesas do ex-presidente com multas aplicadas pela Justiça.
De acordo com o Conselho, o dinheiro teria sido inicialmente investido em fundos de renda fixa. Mas parte dele, tempos depois, teria saído da conta que Bolsonaro abriu em junho de 2020 no Banco do Brasil — esta era gerenciada pelo tenente-coronel Mauro Cesar Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência.
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