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Estudante brasileira de 14 anos é agredida na porta de colégio em Portugal

Adolescente foi espancada após confrontar aluna portuguesa. Caso ocorreu em uma escola de Santarém, na região do Ribatejo
27/02/2024 | 05h00

Uma estudante brasileira de 14 anos foi agredida por outra aluna portuguesa do lado de fora da escola em que estuda em Santarém, na região do Ribatejo, Portugal. O ataque foi filmado por colegas e compartilhado nas redes sociais e chocou a comunidade local.

As cenas violentas ganharam repercussão, levando a mãe da vítima, Lucélia Marília Oliveira, a ser surpreendida enquanto trabalhava em um restaurante. Ao ver a filha sendo agredida na televisão, ela disse ao Portugal Giro, ter sentido “vergonha” e “desespero”.

“Estava no restaurante e disseram: ‘Marília, olha a tua filha na TV’. Senti vergonha. Quando vi o vídeo, que já havia recebido sem saber que era minha filha, fiquei desesperada”, disse Lucélia.

Agressora portuguesa

Segundo relatos da mãe, a agressora é uma estudante portuguesa de outra escola também com 14 anos. A violência teria começado devido a boatos sobre a mãe da agressora. A filha de Lucélia, ao confrontá-la, foi atacada na saída da escola.

“Minha filha diz que inventaram fofoca sobre a mãe da agressora e, por causa disso, ela foi tirar satisfação. Ficou esperando a hora da saída, às 18h30m, com uma amiga, que filmava enquanto ela batia”, afirmou a mãe da adolescente.

No vídeo, a agressora segue a vítima e desfere um tapa no seu rosto antes de jogá-la no chão, onde continua a agressão com socos. A estudante agredida, segundo a mãe, foi levada ao hospital e está com hematomas pelo corpo.

“Fomos ao hospital e tenho o laudo. Minha filha está com hematomas e não quer sair de casa, com vergonha. A escola sugeriu que fique em casa até quarta-feira. Ela chora direto porque vê na TV, foi noticiado em todos jornais”, completou Lucélia.

Falta de policiamento e xenofobia

A mãe da estudante agredida revelou que já havia apresentado uma queixa na delegacia na semana passada e disse que uma reunião na escola já está agendada. Ela critica a falta de policiamento na entrada dos colégios portugueses.

“Nada teria acontecido se houvesse policiamento na porta das escolas. E se ela estivesse armada? Eu venho de uma favela de Fortaleza e vi muita coisa, mas nunca pensei em ver violência com minha filha em Portugal”,  lembrou Lucélia.

Ela ressaltou que a filha já foi vítima de ameaças e xenofobia na escola, assim como seu filho mais novo. A família, que vive em Portugal há cerca de quatro anos, enfrenta discriminação, mas não pretende deixar o país, destacando a necessidade de mudanças para combater o preconceito.

“Meus dois filhos sofreram insultos xenófobos e choraram quando ouviram ‘volta para tua terra’. Minha filha quer ir embora para o Brasil, sofre com o preconceito e pede socorro. Mas não penso em ir embora, penso que as coisas têm que mudar”, concluiu.

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