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Jornal Nacional lidera verba de publicidade em primeiro ano de Lula 3

Anúncios no telejornal de maior audiência do Brasil somaram ao menos R$ 24 milhões
14/03/2024 | 11h34

No primeiro ano do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Jornal Nacional, da TV Globo, foi o programa de TV que mais recebeu verba publicitária do governo federal. Os anúncios somaram ao menos R$ 24 milhões.

Durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o programa chegou a ser o terceiro colocado no mesmo ranking, quando a maior parcela da verba de anúncios foi direcionada ao Jornal da Record. A informação é da Folha de São Paulo.

Logo atrás do Jornal Nacional, o Fantástico, também da TV Globo, ocupa a segunda colocação com anúncios que somam R$ 11,7 milhões. Em terceiro, foram veiculados R$ 10,6 milhões em propagandas no Jornal da Record.

A Globo liderou, no primeiro dia deste mês, a audiência na Grande São Paulo, com uma média de 10,5 pontos, seguida da Record, com 3,9 pontos. O Jornal Nacional foi o segundo programa mais visto da Globo, com 22,8 pontos, atrás apenas da novela Renascer (25,2 pontos). Os dados são da Kantar Ibope e cada ponto equivale a pouco mais de 73 mil domicílios.

Ataques de Bolsonaro ao Jornal Nacional

O Jornal Nacional foi um dos alvos dos ataques do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sobretudo durante a pandemia de Covid-19. Em 2020, quando o governo tentou esconder dados sobre a doença, Bolsonaro disse: “Acabou matéria no Jornal Nacional” e chegou a se referir a Globo como “TV funerária”.

A emissora chegou a receber menos verba que a Record e o SBT nos primeiros anos de Bolsonaro na Presidência.

Lula

Foto: Divulgação

No passado, o ex-presidente Lula também fez críticas a linha editorial adotada pela TV Globo, sobretudo na cobertura da Operação Lava Jato. “Foram horas e horas no Jornal Nacional e em todos os noticiários da Globo tentando dizer que a corrupção na Petrobras e no país teria sido inventada por nós”, escreveu Lula em carta quando estava preso, em 2018.

Em nota, a Globo disse entender que “as verbas publicitárias públicas seguem critérios técnicos observados pelos órgãos federais responsáveis”.

No ano passado, o Grupo Globo retomou o protagonismo na publicidade federal no governo Lula. Veículos de TV, rádio e internet da empresa receberam anúncios de ao menos R$ 118 milhões, o que representa cerca de um terço dos R$ 358 milhões em publicidade detalhados no portal da Secom.

A maioria da verba do governo foi para ações da Secom (R$ 185 milhões), seguida pelo Ministério da Saúde (R$ 151,1 milhões), além de outras pastas. Maior campanha no ano, a de 100 dias do governo custou ao menos R$ 43,3 milhões em anúncios.

53% da verba publicitária do governo foi direcionada para TVs, incluindo canais fechados, mas esse percentual costuma cair durante a confirmação e pagamento das inserções.

Paulo Pimenta, ministro da Secom. Foto: Agência Brasil

O ministro da Secom, Paulo Pimenta (PT), estimou que TVs recebem cerca de 45% da publicidade federal, enquanto 15% dos anúncios são para a internet e 12% para as rádios. A declaração foi dada em entrevista à Folha de São Paulo.

Ainda há, nas contas do ministro, anúncios de “mídia exterior” (painéis, outdoors, carros de som etc.), jornais, revistas e cinema.

Plataformas

A Meta, empresa que controla Facebook, Instagram e WhatsApp, recebeu ao menos R$ 13,3 milhões em anúncios em 2023. O TikTok recebeu R$ 5,5 milhões, seguido por Google (R$ 4,3 milhões) e X, antigo Twitter (R$ 3,7 milhões).

A comunicação institucional teve aumento na verba, passando de cerca de R$ 815 milhões, em 2023, para R$ 1,45 bilhão neste ano.

A Folha de São Paulo recebeu R$ 648,9 mil em 2023, os jornais O Globo (R$ 859,4 mil) e O Estado de São Paulo (R$ 593,1 mil) também receberam verba publicitária. Esses veículos estavam excluídos dos planos de mídia de 2020 a 2022, durante o governo Bolsonaro.

Brasil 247 (R$ 697,4 mil), Portal Fórum (R$ 343,6 mil) e Diário do Centro do Mundo (R$ 222,4 mil) também foram contemplados. Esses veículos não receberam verba das gestões de Michel Temer (MDB) e de Bolsonaro.

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