Ao longo da semana, o debate sobre a Petrobras seguiu sendo destaque entre atores polarizados e atores ligados à fintwit. A abordagem adotada por este cluster em específico é delicada, uma vez que muitos utilizam argumentos supostamente técnicos para críticas político-ideológicas, movimento que se repete ao longo dos últimos dois anos. No entanto, é importante ressaltar que nem todos os atores deste agrupamento adotam esta postura.
O ponto de virada do tema foi uma abordagem que reaproximou setores da imprensa e detratores ligados à oposição (liderados pelo bolsonarismo): apostam no debate sobre DIVIDENDOS (18% das menções entre os dias 13 e 14/03), em possível INTERFERÊNCIA (7% das menções) na estatal e em uma espécie de defesa dos ACIONISTAS (18% das menções). Nesse cenário, LULA (40% das menções) é o ator mais citado junto à Petrobras. Por parte do campo governista, a defesa da visão estratégica da Petrobras é emulada, mas sem indícios de ação organizada que prospere para além dos atores que a propõe.
De maneira geral, o debate opõe Lula vs Acionistas e Dividendos. Em menor volume até aqui, apoiadores do governo federal defendem os “interesses do Brasil” a partir das declarações de Lula, um argumento também compreendido como intervencionista por detratores. Por outro lado, os sinais de que a abordagem da oposição estaria conseguindo amplificar o tema também são inexistentes: termos como DIVIDENDOS, ACIONISTAS, BILHÕES, MERCADO, QUEDA e DISTRIBUIÇÃO estão entre os mais utilizados e reforçam uma argumentação extremamente restritiva e segmentada partindo da oposição. A hipótese de um cenário polarizado se reforça a partir da bios dos usuários: DEUS, PATRIOTA, FAMÍLIA, CONSERVADOR e BOLSONARO se intercalam com termos como ESQUERDA, LULA, JORNALISTA, DEMOCRACIA e PROGRESSISTA.
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