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Ao confirmar delação no STF, Mauro Cid diz ser tratado como ‘leproso’ pelos amigos

Após depor na Corte, tenente-coronel recebeu voz de prisão e foi encaminhado para o Batalhão da Polícia do Exército
23/03/2024 | 05h00

O tenente-coronel Mauro Cid confirmou, em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), todo conteúdo da delação premiada acordada com a Polícia Federal (PF). O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) também disse que não foi pressionado por autoridades no processo da delação.

Mauro Cid prestou depoimento nesta sexta-feira (22) após áudios gravados pelo próprio militar virem a público em reportagem da revista Veja. Nas gravações, o militar afirma que, durante audiências da delação premiada, a PF queria que ele desse uma determinada versão dos fatos.

Perguntado sobre quem são as pessoas que no áudio que “se deram bem” e que “ficaram milionárias”, o militar disse que “estava falando do presidente Bolsonaro, que ganhou Pix” e dos generais “que estão envolvidos na investigação e estão na reserva”. Ele segue dizendo que perdeu tudo e que a carreira está desabando. Mauro Cid relatou no depoimento que “os amigos o tratam como leproso, com medo de se prejudicar”.

Durante a oitiva no STF, Mauro Cid foi questionado sobre os áudios. Ele reconheceu as próprias falas e alegou que era “a conversa privada, informal, privada, particular, sem intuito de ser exposta entrevista de grande circulação”

O ex-ajudante de ordens afirmou ainda que “não lembra para quem falou essas frases de desabafo, num momento ruim” e que “ainda não conseguiu identificar quem foi essa pessoa”.

Mauro Cid

Mauro Cid negou pressão da PF no acordo de delação. Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil

Mauro Cid: nova prisão

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, foi novamente preso nesta sexta-feira (22), após prestar depoimento no Supremo Tribunal federal, ao juiz auxiliar do ministro Alexandre de Moraes.

Quando soube da ordem de prisão, o militar chegou a desmaiar. Recobrou a consciência pouco depois.

O militar foi dar explicações depois que a revista Veja publicou áudios em que ele diz ter sido pressionado pela Polícia Federal durante depoimentos, e também faz críticas a Moraes.

Busca e apreensão

Mauro Cid foi alvo de mais um mandado de busca e apreensão da PF. Agentes da corporação estiveram na casa do militar logo após ele prestar depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF) e ser novamente preso.

Foram apreendidos um computador e os celulares do tenente-coronel e da esposa do militar, Gabriela Cid, além de documentos.

Motivos da prisão

De acordo com a jornalista Juliana Dal Piva, a avaliação do Supremo Tribunal Federal e da Polícia Federal foi de que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, descumpriu as medidas cautelares que autorizavam ele a ficar em liberdade ao enviar áudios a terceiros nos quais rompeu o sigilo da colaboração premiada e também pelo fato de faltar com a verdade ao insinuar que foi coagido.

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