A Meta anunciou que o CrowdTangle não estará mais disponível a partir de 14 de agosto. A ferramenta é considerada fundamental para o monitoramento de desinformação e a proliferação de notícias falsas nas redes sociais. A decisão gerou críticas de especialistas e acontece a menos de três meses das eleições nos Estados Unidos e de diversos outros pleitos ao redor do mundo.
Dona do Facebook e do Instagram, a Meta informou que vai substituir CrowdTangle pela Content Library, tecnologia que ainda está em desenvolvimento. No entanto, especialistas advertem que a troca poderá comprometer a segurança, uma vez que a substituta poderá não ter as mesmas funções e nem ficar disponível para as organizações jornalísticas.
“Em um ano em que quase metade da população mundial é chamada a votar, cortar o acesso ao CrowdTangle limitará severamente o monitoramento independente desses danos. Representa um revés perigoso para a transparência das plataformas de mídia social”, disse à AFP Melanie Smith, diretora de pesquisa do Instituto de Direitos Humanos (ISD).
Meta: ferramenta contra desinformação
Criado em 2016, nos últimos anos o CrowdTangle tem sido uma importante ferramenta para jornalistas e pesquisadores, ao permitir acompanhar a proliferação de teorias da conspiração e discursos de ódio em tempo real.
De acordo com o jornal O Globo, nas eleições de 2020, a Meta ofereceu a plataforma às autoridades eleitorais dos Estados Unidos para ajudar a combater a desinformação e as tentativas de impedir as pessoas de votar.
Para evitar a substituição da ferramenta, a Fundação Mozilla pediu à Meta, numa carta aberta, que mantivesse o CrowdTangle pelo menos até janeiro de 2025.
“Abandonar o CrowdTangle quando a Biblioteca de Conteúdo está faltando tantas de suas funções principais mina o princípio fundamental da transparência”, afirma a carta, assinada por dezenas de pesquisadores de tecnologia e grupos de vigilância
O porta-voz da Meta, Andy Stone, disse que a carta da Fundação Mozilla é “simplesmente errada” e que a Biblioteca de Conteúdo terá “dados mais completos que o CrowdTangle”, além de estar disponível para acadêmicos e organizações sem fins lucrativos especializadas em integridade eleitoral.
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