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Gestão Tarcísio encerra operação da PM que resultou em 56 mortes na Baixada Santista

O anúncio foi feito pelo secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite
02/04/2024 | 07h33

(Folhapress) — A gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou nesta segunda-feira (1º) o encerramento da Operação Verão. A incursão da Polícia Militar na Baixada Santista iniciou-se em dezembro, mas foi intensificada em fevereiro, após a morte do soldado Samuel Wesley Cosmo, e acumula um saldo de 56 mortes. O anúncio foi feito pelo secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite.

Somada com a operação Escudo, que resultou em 36 vítimas no ano passado, as duas ações totalizaram mais de 80 mortes. O encerramento da operação ocorre dias após a morte de Edneia Fernandes Silva, 31, mãe de seis filhos que estava estudando para ser enfermeira, baleada durante uma ação policial em Santos.

Em nota divulgada no início da noite, a Secretaria da Segurança Pública afirma que a estratégia adotada para “combater o crime organizado por meio da asfixia financeira do tráfico de drogas, agora dá lugar à ampliação de efetivo de 341 policiais que passam a atuar de maneira permanente nas cidades da região”.

“A operação cumpriu os seus objetivos, seja capturar alvos identificados por um trabalho de inteligência conjunto entre as polícias como reduzir os índices criminais na Baixada Santista. Agora, com a ampliação do efetivo, podemos dar continuidade a esse combate, que será constante”, afirmou Derrite.

Ainda segundo a nota divulgada pelo governo Tarcísio, desde dezembro, 1.025 infratores foram presos, sendo quase a metade (438) procurada pela Justiça, além de 47 menores apreendidos.

As Polícias Civil e Militar retiraram das ruas 2,6 toneladas de drogas e apreenderam 119 armas de fogo ilegais. Esse trabalho resultou na redução de roubos em 25,8% em Santos, São Vicente e Guarujá no primeiro bimestre do ano, quando comparado ao do ano anterior. Em toda a Baixada Santista, fevereiro de 2024 foi o mês com a menor taxa de roubos da série histórica, iniciada em 2001, afirmou a Secretaria de Segurança Pública.

A terceira fase da ação, iniciada em 7 de fevereiro, foi deflagrada depois da morte de dois PMs que atuavam na Operação Verão. O soldado Samuel Wesley Cosmo, da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), foi atingido por um tiro no rosto durante uma operação no bairro Bom Retiro, e o cabo José Silveira Santos, do 2° Batalhão de Ações Especiais de Polícia, morreu ao ser baleado em uma ação no Jardim São Manoel, ambos em Santos.

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Foto: Rafa Neddermeyer/ Agência Brasil

A primeira fase da Operação Verão começou em 18 de dezembro, com foco no reforço da segurança das cidades do litoral durante a alta temporada de verão. Iniciou-se nova fase após a morte do soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo, 35, no dia 2 de fevereiro — ele foi assassinado durante patrulhamento em uma favela de palafitas na periferia de Santos.

Após o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, dizer não reconhecer excessos por parte da PM, a Ouvidoria da Polícia disse ter encaminhado ao governo do estado 27 queixas de abusos na operação entre janeiro e fevereiro.

Diante da violência que atinge a região, organizações de direitos humanos denunciaram na ONU as ações da PM no litoral. O governador chegou a dizer “não estar nem aí” para as possíveis denúncias de violações apresentadas para o colegiado internacional.

“Sinceramente, nós temos muita tranquilidade com o que está sendo feito. E aí o pessoal pode ir na ONU, pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí”, disse Tarcísio.

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