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Lourena Cid teria escondido presentes recebidos por Bolsonaro na Apex, diz TV

Denúncias de funcionários revelam que general usou estrutura da agência mesmo após ex-presidente deixar cargo
04/04/2024 | 15h00

O general do Exército Mauro César Lourena Cid teria usado o escritório da Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), em Miami, nos Estados Unidos, para esconder presentes recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A informação é do jornalista Túlio Amâncio, do Jornal da Band.

“Todo mundo em Miami sabe que o general guardava os presentes do Bolsonaro aqui. Ele até tentava esconder, mas a gente via”, disse uma funcionária da Apex, que pediu para não ser identificada.

Um funcionário demitido recentemente da Apex, também fez denúncias contra Lourena em e-mail enviado ao RH do órgão. Na mensagem, ele afirma que o general continuou frequentando a agência mesmo depois de não ocupar mais nenhum cargo.

Lourena Cid, então diretor da Apex em Miami, aparece em foto de presente que Bolsonaro pediu para resgatar. Foto: Reprodução

“Após o desligamento de Lourena Cid da Apex, os gestores permitiram que o general tivesse total acesso ao escritório por quase dois meses, mesmo sabendo dos riscos”, contou o ex-funcionário.

De acordo com o Jornal da Band, na mensagem ao RH, o ex-funcionário cita uma visita do filho de Lourena Mauro, o tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, em fevereiro de 2023.

“Estiveram de portas fechadas por bastante tempo na sala que foi de sua ocupação, inclusive lembro haver notado que tinha uma mala e o tenente-coronel carregava objetos”, afirmou.

Lourena Cid: mesmo fora, estava dentro

A denúncia é corroborada pela funcionária que pediu anonimato. Segundo ela, Lourena Cid foi ao escritório da Apex “mesmo quando não tinha mais cargo”. “Deixaram entrar e sair por três meses”, completou.

Lourena Cid também teria procurado o diretor de investimentos da Apex, Michael Rinelli, para pagar material de teor golpista.

O ex-funcionário afirmou que Michael dizia estar ciente de arquivos comprometedores no telefone e computador que poderiam incriminar o general por atentados contra a democracia.

Segundo os dois funcionários, o general conseguiu apagar os arquivos em março de 2023 com o aval da atual gestão do escritório de Miami.

A defesa do general não quis comentar o assunto e o diretor de investimentos não retornou os contatos. Ambos são investigados pela Apex por usar verba da agência para participar de um acampamento golpista em Brasília — a viagem teria custado mais de R$ 9 mil.

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