Desde que o episódio do ex-presidente Jair Bolsonaro ter passado dois dias na Embaixada da Hungria durante o carnaval veio à tona, uma pergunta se repete no PL: de quem foi a ideia?
Entre os mais próximos, há apostas de que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL–SP) seja um dos idealizadores da situação. Na ocasião, em fevereiro, ele estava fora de Brasília. No entanto, é Eduardo quem é visto entre os bolsonaristas como o contato com os representantes da extrema-direita internacional. A PGR deve dar um parecer nesta sexta-feira ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, sobre como avalia o episódio.
Ao mesmo tempo, o vereador Carlos Bolsonaro (PL–RJ), um dos visitantes do ex-presidente durante a estada na embaixada, teria ido ver o pai no local, entre outras razões, porque não pode ir na casa em que Bolsonaro mora com Michelle em Brasília. A madrasta e Carlos não se dão e ela não autoriza que ele frequente a residência do casal.
Bolsonaro passou duas noites na embaixada, entre 12 e 14 de fevereiro deste ano.
Câmeras de segurança da Embaixada da Hungria não registraram reuniões, nem a movimentação de chegada ou saída de outras autoridades, no período em que Jair Bolsonaro ficou hospedado lá. A coluna teve acesso à íntegra das imagens e verificou que entre a chegada e saída do ex-presidente, apenas uma pessoa esteve visitando ele no local.
Segundo sua defesa, ele foi convidado e “conversou com inúmeras autoridades” sobre o cenário político de Brasil e Hungria. As câmeras de segurança não mostram nenhuma reunião. No período, funcionários brasileiros foram dispensados do trabalho, o que gerou desconfiança.
Quatro dias antes de se hospedar na embaixada, Jair Bolsonaro foi alvo de uma operação da Polícia Federal, no âmbito da investigação que apura uma tentativa de golpe de Estado. Aliados do ex-presidente foram presos e ele teve seu passaporte retido. No período em que estava na embaixada, se fosse alvo de um mandado de busca e apreensão, ou de prisão, autoridades policiais brasileiras não poderiam entrar no local sem a autorização do embaixador daquele país.
A defesa de Bolsonaro afirmou ao STF ser “ilógico” sugerir que sua estadia na Embaixada da Hungria tinha intuito de pedir asilo ou tentativa de fuga.
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