Enquanto atores antibolsonaristas se posicionam contra a ditadura e utilizam a hashtag #DitaduraNuncaMais, observa-se a passividade de dois agrupamentos específicos sobre o tema: o governista (o próprio Lula não se manifestou) e o bolsonarista (atores centrais deste agrupamento também não citaram o tema).
Nesse ambiente, a pauta é “controlada” por não-polarizados, que repudiam o golpe militar. Entretanto, o potencial ponto de desgaste contra Lula não se concretizou nesta data: o volume de menções ao presidente arrefeceu entre os dias 30 e 31 de março, ainda que houvesse uma expectativa — acompanhada de descontentamento — por parte do antibolsonarismo face ao silêncio do palácio do Planalto nesta data.
No dia 31/03, o termo DITADURA gerou 1,2 milhões de interações, enquanto o termo REVOLUÇÃO gerou 65 mil interações no Instagram/ Facebook. O mesmo predomínio da abordagem antibolsonarista ao tema se repetiu no X: apenas quatro das 50 principais publicações sobre o tema partiram do bolsonarismo ao relativizar o golpe.
No entanto, o principal post em alcance foi promovido pelo senador General Hamilton Mourão. Com mais de 2,6 milhões de visualizações naquele dia, Mourão enalteceu a data e atiçou a ira de atores antibolsonaristas.
Ainda assim, seja na publicação do senador ou nas menções ao tema de maneira geral, o domínio foi de atores de esquerda: PROFESSOR, JORNALISTA, HISTÓRIA, DEMOCRACIA, JUSTIÇA, ADVOGADO e PETISTA estão entre os termos mais registrados nas bios dos usuários que se engajaram com a pauta. Não houve indícios de um engajamento maciço e planejado do bolsonarismo neste tema.
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