A Polícia Federal realizou novos mandados de busca e apreensão autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), dez dias após a operação contra suspeitos de serem mandantes dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. As informações são do O Globo.
Os alvos foram o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, Domingos Brazão, seu assessor Robson Calixto Fonseca, conhecido como Peixe, e o delegado Rivaldo Barbosa. Brazão e seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão, são suspeitos de orquestrar os homicídios, enquanto Peixe é investigado por intermediar o encontro entre os Brazão e Ronnie Lessa, preso pela execução.
Lessa: Brazão teve reação negativa a veto de Marielle
Os mandados recentes resultaram na apreensão de dois celulares nos endereços de Domingos e Peixe. O conselheiro já estava preso desde o dia 24 de março, quando também teve um mandado de prisão preventiva cumprido e enviado para uma penitenciária federal, onde permanece detido.
Lessa, em sua delação, afirmou em 2017, que Chiquinho Brazão demonstrou reação negativa à atuação de Marielle em um projeto de lei que poderia afetar interesses imobiliários dos irmãos. Naquela ocasião, Brazão foi preso preventivamente e enviado para uma penitenciária federal, onde permanece detido.
Durante delação em 2017, Ronnie Lessa afirmou que Chiquinho Brazão, então vereador, teve uma “descontrolada reação” à atuação de Marielle em relação a “apertada votação do projeto de Lei à Câmara número 174/2016”.
Por meio do projeto, o conselheiro e seu irmão buscavam regularizar um condomínio em Jacarepaguá, na Zona Oeste da cidade, desconsiderando as exigências de área de interesse social, com o objetivo de obter o título de propriedade para especulação imobiliária.
Envolvimento do delegado
Além dos irmãos Brasão, o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Delegacia de Homicídios e da Polícia Civil do Rio, foi preso pela PF sob acusação de ser peça-chave na dinâmica que levou aos assassinatos, buscando garantir imunidade aos envolvidos.
As investigações indicam que Rivaldo deveria garantir imunidade aos envolvidos, impedindo que o inquérito os alcançasse após o crime.
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