Por Gabriel Gomes*
O comunicador digital Felipe Neto concedeu entrevista ao programa ICL Notícias Primeira edição para falar sobre os ataques feitos por aliados de Elon Musk depois que ele criticou o dono da rede social “X”, antigo Twitter.
Felipe defendeu a criação de leis para regulamentar as mídias sociais, o que para ele, seria uma derrota para a extrema direita.
“Um ambiente digital regulamentado expurga a extrema direita. Ela age sempre na ilegalidade, contra os princípios básicos dos direitos humanos. Quando você tem regras implementadas que protegem os direitos humanos, a extrema direita é banida e eles tratam isso como censura… Eles não conseguem agir dentro da legalidade”, disse.
Nos ataques, Felipe Neto teve o nome envolvido, por aliados de Elon Musk, em um suposto vazamento de dados da plataforma. Foi batizado de Twitter Files a relação de e-mails privados da rede social com informações sobre o ministro Alexandre de Moraes, a quem Musk atacou em sua plataforma, e também de Felipe Neto.
“O meu caso serve para mostrar o quão ridículo é o Twitter Files, nada mais é do que o Elon Musk utilizando jornalistas laranjas para agirem e falarem por ele para o Musk apenas endossar o que esse jornalistas ou ‘pseudo-jornalistas’ falam”, criticou Felipe.
“Porém, eles não têm nada para mostrar, é um apanhado de ou mentiras ou extrapolações da verdade para criar uma narrativa confusa que deixa esses seguidores do Musk e do Bolsonaro excitados, achando que podem sair por aí postando ‘Tic-Tac’, ‘Sua hora está chegando’ e ‘A casa vai cair’, quando não tem absolutamente nada para isso”.
O nome de Felipe Neto, alvo de ataques, foi citado mais de 90 mil vezes após comentários compartilhados por Elon Musk. Felipe se posicionou em publicação no “X”, denunciando que o objetivo de Elon Musk e dos aliados é proteger Allan dos Santos, bolsonarista que vive nos Estados Unidos desde 2020, foragido da Justiça brasileira.
🚨 URGENTE – LEIA TUDO
Quico Foguetinho continua direcionando fãs a me atacarem.
Eu não tenho a blindagem do Alexandre de Moraes, dependo de vcs e da imprensa pra divulgarem a verdade.
O objetivo deles é proteger Allan dos Santos, criminoso foragido da justiça q espalhou… pic.twitter.com/lgVsLhnOK5
— Felipe Neto 🦉 (@felipeneto) April 11, 2024
“O Allan dos Santos é uma das figuras mais nefastas e criminosas que existem na extrema direita. Ele é um canalha que deveria estar preso, ele fugiu da Justiça e está nos Estados Unidos porque eles lá não reconhecem os crimes… A acusação toda é uma bobajada, eu não usei influência nenhuma”, disse Felipe Neto ao ICL Notícias.
Felipe Neto defende o uso do termo ‘Constituição Digital’
Na entrevista ao ICL Notícias Primeira edição, o comunicador digital comentou sobre a necessidade de regulamentação da mídias sociais no Brasil.
A proposta, segundo Neto, é o principal motivo dos ataques de Elon Musk, que age como um “troll”, publicando mentiras para tumultuar o debate sobre o assunto no Brasil.
“O objetivo principal do Elon Musk, que muitos dizem ser em função do lítio ou da entrada da BYD no Brasil, é causar desistabilidade em função de uma narrativa da extrema direita global. O Brasil é um país chave nas estratégias mundiais em relação à regulamentação digital. A regulamentação do ambienta da internet já foi perdida (pela direita) na Europa, que já está avançada, enquanto no Brasil, a gente tem um posicionamento chave, por ser o segundo país como maior consumo dessas redes sociais, e ainda está ausente e longe de consolidar essa legislação. O Elon Musk age aqui de maneira estratégica para jogar as pessoas contra o STF para que falem que isso é censura”, explicou.
Felipe defendeu, ainda, que se abandone a utilização do termo “regulamentação” para propor para a criação de uma “Constituição Digital”.
“A gente precisa abrir os olhos para a realidade que é a necessidade urgente de regulamentação da internet. A primeira coisa é tirar o peso da palavra regulamentação e regulação, as pessoas escutam isso e acham que é censura. Eu clamo para que as pessoas passam a tratar o tema como uma criação de uma Constituição Digital porque as pessoas não tem medo da palavra constituição”, defendeu.
No ICL Notícias, @felipeneto diz que Elon Musk se comporta como um troll e quer causar instabilidade com narrativas da extrema direita pic.twitter.com/htSHLbTyAN
— ICL Notícias (@ICLNoticias) April 12, 2024
Twitter Files
A reportagem Twitter Files Brazil (Arquivos do Twitter do Brasil, em tradução livre) foi usada pelo empresário Elon Musk, dono da plataforma X, antigo Twitter, para acusar o Judiciário brasileiro de censura na rede social que ele controla.
A reportagem é baseada em e-mails da equipe jurídica do antigo Twitter, nos quais advogados da empresa reclamam de uma suposta interferência do Judiciário, em especial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nos conteúdos da rede social.
O Twitter Files, associa as supostas interferências do TSE à ação do ministro Alexandre de Moraes. Porém, os e-mails divulgados são de 2020 a março de 2022, e Moraes assumiu a presidência do TSE apenas em 16 de agosto de 2022.
O conteúdo publicado no perfil de Shellenberg foi compartilhada por Musk e teve ampla repercussão na plataforma X, chegando a 29 milhões de usuários na rede. No Twitter, após diversas acusações, Shellenberg disse que não tem “provas de que Moraes tenha ameaçado processar criminalmente o advogado brasileiro do Twitter”.
Ataques de Musk ao ministro Alexandre de Moraes
Elon Musk atacou o ministro do STF Alexandre de Moraes, chamando-o de “ditador brutal” e disse que o ministro tem o presidente Lula “na coleira”.
Musk também ameaçou reativar os perfis de usuários bloqueados pela Justiça. O bilionário acusa o ministro de censura e de ameaçar prender funcionários da rede social no Brasil.
O bilionário chegou a responder publicações feitas pelos deputados federais Marcel van Hattem (Novo–RS) e Nikolas Ferreira (PL–MG). Ao interagir com o parlamentar gaúcho, o bilionário questionou o motivo de o Congresso manter Moraes como ministro.
Musk cumpre centenas de ordens de remoção de conteúdo do X fora do Brasil
Apesar de Musk se definir como um “absolutista da liberdade de expressão” e ter protestado contra o que definiu como “tanta censura” do ministro Alexandre de Moraes, o empresário tem cumprido, sem reclamar, centenas de ordens de remoção de conteúdo vindas dos governos da Índia e da Turquia.
*Estagiário sob supervisão de Chico Alves
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