ICL Notícias
Economia

Rendimento mensal do 1% mais rico é 40 vezes maior que dos 40% mais pobres no Brasil

Renda per capita dos 40% da população com menor rendimento do país atingiu, em 2023, maior valor da série histórica
19/04/2024 | 13h35

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (19), revelou que o grupo dos 1% mais ricos do Brasil tem um rendimento médio mensal 39,2 vezes maior que os 40% com os menores rendimentos.

O rendimento médio mensal real domiciliar per capita, que é a renda média de um domicílio dividida pelas pessoas que lá habitam, do 1% mais rico foi de R$ 20.664 em 2023, com um aumento de 13,2% em relação ao valor observado em 2022 (R$ 18.257).

Enquanto isso, o rendimento médio mensal dos 40% mais pobres foi de, em média, R$ 527 no ano passado, com uma alta de 12,6% em relação ao número registrado em 2022 (R$ 468).

Quando se trata dos 10% da população com os maiores rendimentos, o rendimento médio mensal foi de R$ 7.580 em 2023, uma alta de 12,4%. Esse valor é 14,4 vezes maior que os 40% mais pobres.

A renda média dos mais ricos, portanto, cresceu mais em um ano do que a dos 40% mais pobres. O valor superou a média nacional subiu 11,5% entre 2022 e 2023, passando de R$ 1.658 para R$ 1.848, maior valor da série histórica da pesquisa. A informação é do G1.

Rendimento dos mais pobres

O rendimento per capita dos 40% da população com menores rendimentos no país atingiu, em 2023, o maior valor da série histórica. Foto: Agência Brasil

Em relação à população mais pobre, a pesquisa revela que o rendimento médio mensal real domiciliar per capita em 2023 foi de R$ 450 entre 10% e 20% mais pobres, com uma alta de 13,4% em relação aos R$ 397 de 2022.

Entre 5% e 10% mais pobres, foi de R$ 294, com uma alta de 16,7% em relação aos R$ 252 de 2022. Entre os 5% mais pobres, foi de R$ 126, o que representa uma alta de 38,5% em relação aos R$ 91 de 2022.

Já o rendimento médio, foi de R$ 815 entre 30% e 40% mais pobres, uma alta de 11% em relação aos R$ 734 de 2022; e R$ 634 entre 20% e 30% mais pobres, uma alta de 11% em relação aos R$ 571 de 2022.

Segundo o IBGE, o rendimento per capita dos 40% da população com menores rendimentos no país atingiu, em 2023, o maior valor da série histórica. De acordo com instituto, a melhora se deve ao recebimento, pelas famílias de baixa renda, do Bolsa Família, além da melhoria do mercado de trabalho e o aumento real do salário mínimo.

Mais ricos

Já entre os mais ricos, o rendimento médio mensal real domiciliar per capita em 2023 foi de:

  • Entre 10% e 5% mais ricos: R$ 4.547, uma alta de 11,6% em relação aos R$ 397 de 2022.
  • Entre 5% e 2% mais ricos: R$ 8.100, uma alta de 12,6% em relação aos R$ 252 de 2022.
  • Entre o 1% mais rico: R$ 20.664, uma alta de 13,2% em relação aos R$ 91 de 2022.

População com rendimento cresce

A proporção da população brasileira com algum tipo de rendimento (independentemente de ser proveniente de trabalho, benefícios sociais ou outros meios), segundo a pesquisa, também cresceu e atingiu seu pico em 2023.

64,9% da população (cerca de 140 milhões de pessoas) tinham algum tipo de rendimento em 2023. No ano anterior, eram 62,6%, cerca de 134,1 milhões de pessoas. O rendimento médio mensal real (independentemente da fonte) também cresceu em 2023, em relação a 2022.

Veja os números por região:

  • Sul: 68,8% da população com rendimento em 2023, contra 67% em 2022.
  • Sudeste: 67,6% da população com rendimento em 2023, contra 64,8% em 2022.
  • Centro-Oeste: 65,6% da população com rendimento em 2023, contra 62,6% em 2022.
  • Nordeste: 60,8% da população com rendimento em 2023, contra 59% em 2022.
  • Norte: 57,8% da população com rendimento em 2023, contra 55,9% em 2022.

A pesquisa do IBGE mostrou, ainda, que a participação do rendimento proveniente de trabalho no rendimento domiciliar per capita teve uma leve queda, passando de 74,5% em 2022 para 74,2% em 2023. O percentual registrado no ano passado também é menor que o pré-pandemia, de 74,4% em 2019.

Leia também

Para diretora da Oxfam, desigualdade é o maior problema do planeta

Deixe um comentário

Mais Lidas

Assine nossa newsletter
Receba nossos informativos diretamente em seu e-mail