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(Folhapress) — Os fortes temporais que atingiram o Rio Grande do Sul ao longo dessa semana deixaram, além de 56 mortes confirmadas até a manhã deste sábado (4), milhares de pessoas sem serviços básicos.

Segundo a última atualização da Defesa Civil, um total de 860.952 domicílios estavam sem abastecimento de água em todo o estado.

Esse número, equivalente a 14% dos imóveis atendidos pela empresa Corsan, é quase o dobro em relação àqueles que estavam desabastecidos na tarde de sexta-feira (3), segundo os boletins da Defesa Civil. Ao todo, 281 municípios foram afetados de alguma forma, segundo o governo gaúcho.

Além disso, na manhã deste sábado havia 350 mil imóveis sem energia elétrica. Segundo a distribuidora de energia RGE Sul, responsável por 296 mil endereços que estão sem energia elétrica, 7,6% de seus clientes foram afetados. Já a CEEE Equatorial, que responde por 54 mil pontos sem energia elétrica, informou que 2,8% dos domicílios que atende foram afetados.

As aulas foram suspensas em todas as 2.338 escolas da rede estadual, impactando quase 200 mil alunos. Ao menos 224 escolas tiveram sua estrutura danificada.

Vale do Taquari

Com 8.296 pessoas desabrigadas em todo o estado, há 30 escolas estaduais servindo de alojamento.

Várias regiões também foram afetados pela interrupção dos serviços de telefonia. A operadora TIM informou que 63 municípios estavam sem serviços de telefone e internet. O problema atingia clientes da Vivo em 46 cidades, e da Claro em 19 municípios.

Temporais bloqueiam 68 estradas

As chuvas também provocaram danos nas rodovias estaduais e alterações no tráfego. Neste sábado (4), havia 128 trechos bloqueados total ou parcialmente em 68 estradas, segundo o governo estadual.

Em ao menos 25 rodovias, as interrupções ocorreram porque as pontes desmoronaram, foram danificadas ou tiveram de ser interditadas por segurança, por causa da altura dos rios. Outros trechos ficaram submersos ou então foram atingidos por deslizamentos de terra.

Segundo a Defesa Civil, o rio recebe grande quantidade de água devido às fortes chuvas que atingem o estado e está ultrapassando, de forma extraordinária, a cota de inundação.

Durante a madrugada de sexta-feira, o rio Guaíba, em Porto Alegre, atingiu o maior nível desde 1941. O rio chegou a 4,23 metros no cais Mauá. O nível de alerta para a região do centro histórico é de 2,5 metros, sendo 3 metros para inundação.

Entre as consequências da cheia está o fechamento da base da Guarda Municipal na orla do Guaíba. A área será patrulhada preventivamente até a normalização.

A Defesa Civil emitiu um alerta de evacuação para moradores e trabalhadores do centro histórico que estejam próximos às ruas Siqueira Campos, Sete de Setembro, Andradas e a avenida Júlio de Castilhos.

As ruas são um polo comercial de Porto Alegre, com muitas lojas populares, bares e restaurantes, além de concentrar a maior parte das saídas de ônibus da cidade rumo à zona norte e aos arredores da PUCRS, no bairro Partenon.

Há ainda muitos prédios residenciais na região, especialmente na Andradas, cujos moradores correm o risco de ficarem ilhados e sem serviços básicos. Como o acesso a trechos do bairro está bloqueado por agentes de segurança, a circulação é limitada.

As chuvas devastaram cidades do Rio Grande do Sul também chegaram a Santa Catarina e ao Paraná, causando outras três mortes.

Neste sábado, a previsão é que a chuva deve continuar, de acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Segundo o órgão federal, o volume total de chuva pode chegar a 100 mm em 24 horas, com ventos de até 100 km/h.

Situação no RS após as chuvas

  • 56 mortes.
  • 67 desaparecidos.
  • 74 feridos.
  • 377.497 pessoas afetadas.
  • 350 mil imóveis sem energia.
  • 860.952 imóveis sem água.
  • Aulas suspensas em 2.338 escolas da rede estadual.

 

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