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Guaíba pode bater recorde de novo e chegar a 5,5 metros, diz UFRGS

Quando o lago atinge 2,5 metros, é emitido um alerta. Quando chega a três metros, é registrada inundação
13/05/2024 | 06h31

Por Leonardo Vieceli

(Folhapress) — Com o registro de novas chuvas no Rio Grande do Sul neste final de semana, o lago Guaíba, em Porto Alegre, pode alcançar novo recorde, com nível máximo em torno de 5,5 metros entre segunda (13) e terça-feira (14).

É o que aponta uma projeção do IPH (Instituto de Pesquisas Hidráulicas) da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) divulgada neste domingo (12).

Se o cenário se confirmar, o Guaíba renovará sua marca histórica mais uma vez durante esta enchente. De acordo com o IPH, o pico até o momento foi registrado há uma semana, quando o lago subiu para a faixa de 5,3 metros.

“Todos os cenários de previsão reafirmam cheia duradoura e confirmam o repique da cheia com nova elevação de níveis para acima de 5 m”, disse o IPH.

“O valor do nível máximo a ser atingido entre segunda e terça-feira depende de ocorrência das chuvas adicionais previstas e vento sul forte, podendo alcançar em torno de 5,5 m”, acrescentou.

A empresa de meteorologia MetSul afirmou que o cenário previsto pela UFRGS é factível, levando em conta as perspectivas para os próximos dias.

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul também declarou na manhã deste domingo que o Guaíba pode voltar a ultrapassar os cinco metros.

O nível vinha em queda, mas voltou a subir neste final de semana. Segundo monitoramento divulgado pelo governo gaúcho, o patamar estava em 4,64 metros às 15h deste domingo.

O número é considerado alto. Quando o lago atinge 2,5 metros, é emitido um alerta. Quando chega a três metros, é registrada inundação.

Porto Alegre vive a pior enchente de sua história. Ruas e avenidas ficaram alagadas, e o aeroporto Salgado Filho está fechado devido ao acúmulo de água na pista e em áreas internas.

Foto: Diogo Zanatta/ ICL Notícias

Recorde até agora

O recorde de 5,30 metros ocorreu no último domingo (5). Desde então, foi iniciada redução lenta na quarta-feira (8) até 4,56 m no sábado (11). Entre o sábado (11) e este domingo (12), o Rio Guaíba apresenta sinal de repique com elevação de 10 centímetros.

De acordo com o instituto da UFRGS, até sexta-feira (10), os rios afluentes do Guaíba apresentavam lenta redução em níveis elevados (Jacuí, Sinos, Gravataí) ou moderados (baixo Taquari).

Nas últimas 24 e 48 horas, ocorreu precipitação significativa de 100 milímetros (mm) ou mais em grande região, cobrindo grande parte das bacias do Taquari, Sinos, Caí e Jacuí.

A resposta com subida para níveis elevados é observada no Taquari, Cai, Sinos e Jacuí. Há previsão de mais de 100 mm em ampla faixa na metade norte do Rio Grande do Sul, cobrindo essas bacias, principalmente nas próximas 24 horas.

Além disso, a previsão é de vento sul mais intenso, podendo chegar a 50 quilômetros por hora (km/h) na Lagoa dos Patos na segunda (13) e terça-feira (14).

Áreas de risco

Tendo em vista a elevada duração prevista da cheia, bem como seu repique, o Instituto de Ciências Hidráulicas recomenda a manutenção do estado de atenção a todas as áreas de risco, incluindo aquelas nas quais a inundação teve redução; atenção especial à população afetada; e ações imediatas para reestabelecimento de infraestruturas e manutenção de serviços essenciais, como o saneamento básico.

A previsão foi liderada pelos professores Fernando Fan e Rodrigo Paiva e pelo mestrando Matheus Sampaio do Instituto de Pesquisa Hidráulicas (IPH) da UFRGS em conjunto com a empresa RHAMA Analysis.

 

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