O Ministério Público de Goiás (MP-GO) denunciou sete PMs pelos crimes de tortura e tentativa de homicídio contra um major durante curso do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na cidade de Anápolis. A denúncia teve como base uma investigação da Corregedoria da Polícia Militar de Goiás, mas ainda não foi acatada pelo Judiciário.
Segundo o site Metrópoles, o caso ocorreu em outubro de 2021, mas foi mantido em sigilo mais de dois anos. As investigações apontaram que o major X foi torturado com varadas, pedaços de madeira e açoites de corda por três dias seguidos. Ele participava do 12º Curso de Operações Especiais do Bope, na Base Aérea de Anápolis.
De acordo com as investigações, crime aconteceu durante um evento do curso batizado de “Momento Pedagógico”. Após as sessões de tortura, o major desmaiou e entrou em coma. Ele ficou vários dias entubado em unidade de terapia intensiva (UTI).
O crime aconteceu durante um evento do curso batizado de “Momento Pedagógico”. O major foi torturado de maneira tão brutal que desmaiou e entrou em coma, ficando vários dias intubado em unidade de terapia intensiva (UTI).
MP: internação por covid
Na denúncia, o MP também aponta que os PMs esconderam o caso da família do major e tentaram fingir que o oficial estava internado com covid-19 — X chegou a ficar com 40% do pulmão comprometido.
O MP informou ainda que a vítima foi inicialmente transferida para um hospital de confiança dos PM e era monitorada por um coronel médico que também era integrante do curso do Bope.
“Certos de que o estado de saúde do ofendido havia atingido níveis críticos e que, por certo, ele não se recuperaria, preferiram aguardar até o seu esperado falecimento, quando poderiam entregar o seu corpo em um caixão lacrado à família, alegando a contaminação pela Covid e impedindo que os fatos viessem à tona e fossem investigados”, informou o Ministério Público na denúncia.
Tortura na PM do DF
No dia 29 de abril, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) determinou a prisão temporária de 14 PMs acusados de agredir e torturar um colega de farda durante curso de formação para o Batalhão de Choque (BPChoque), em Brasília. Segundo a vítima, o soldado Danilo Martins, de 34 anos, as agressões ocorreram no dia 22. Em 2 de maio, no entanto, a Justiça determinou a soltura dos PMs.
Na denúncia ao Ministério Público, o PM disse que foi torturado por cerca de oito horas, dentro do próprio quartel do BPChoque da Polícia Militar, para que desistisse do curso de formação. Segundo ele, as agressões e humilhações só terminaram após a assinatura de termo de desistência.
Após as agressões, Danilo chegou a ficar internado no hospital por seis dias. O soldado foi diagnosticado com insuficiência renal, rabdomiólise (ruptura do músculo esquelético), ruptura no menisco, hérnia de disco e lesões lombar e cerebral.
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