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Nova vacina contra câncer de pele entra em última fase de testes; entenda

Diferencial desta vacina é ser uma tecnologia personalizada
22/05/2024 | 14h44

A vacina contra câncer de pele, mRNA-4157 (V940), entrou na última fase de testes clínicos, começando a ser testada em pacientes com melanoma avançado, antes de ser submetida para aprovação pelos órgãos reguladores.

O imunizante, desenvolvido pela farmacêutica Moderna em conjunto com a MSD, utiliza a mesma tecnologia das vacinas atuais contra a Covid-19, com o uso de RNA mensageiro. O diferencial, no entanto, é ser uma tecnologia personalizada.

Nesta fase, o estudo avalia a eficácia do imunizante combinado com Keytruda (pembrolizumabe) — um medicamento imunoterápico contra o câncer de pele — em comparação com o tratamento atual, que utiliza apenas a imunoterapia.

Um dos primeiros pacientes a serem testados foi Steve Young, de 52 anos, que teve um melanoma removido do couro cabeludo em agosto do ano passado. Neste, o objetivo é ajudar o sistema imunológico dele a reconhecer e eliminar qualquer célula cancerígena que possa ter permanecido em seu corpo, impedindo assim que o câncer retorne.

“Sinto-me sortudo por fazer parte deste ensaio clínico. É claro que não me senti tão sortudo quando fui diagnosticado com câncer de pele; na verdade, foi um grande choque, mas agora que fiz tratamento, estou ansioso para garantir que não volte a ocorrer. Esta é a minha melhor chance de parar o câncer”, disse Young.

Steve Young, de 52 anos, participou dos últimos testes de vacinas em Londres. Foto: PA Media

Na fase anterior de testes, foi constatada uma redução de 44% no risco de recidiva do câncer de pele ou morte em pacientes com melanoma de estágios III ou IV após três anos, em comparação com quem só recebeu Keytruda.

Após a fase 3, o imunizante será submetido para avaliação das entidades reguladoras e, se aprovado, passará por ensaios de fase 4, que permite acompanhar os eventos adversos por um período maior nos pacientes que receberam a vacina.

Melanoma

O melanoma é o tipo mais grave de câncer de pele, pois tem alta probabilidade de provocar metástase. No Brasil, esse tipo de tumor representa 4% das neoplasias malignas na pele, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer).

Os sinais mais comuns de melanoma que as pessoas devem ficar atentas são:

  • Um novo sinal (como pinta, mancha ou verruga) anormal.
  • Um sinal existente que parece estar crescendo ou mudando.
  • Uma mudança (de cor ou textura, por exemplo) em uma área da pele que era normal.

Como funciona a vacina?

A vacina personalizada instrui o organismo a produzir até 34 proteínas, cada uma visando “neoantígenos”. Foto: Pixabay

A vacina personalizada instrui o organismo a produzir até 34 proteínas, cada uma visando “neoantígenos”, identificados a partir de sequenciamento genético, que podem estar causando o câncer no paciente tratado.

Esses “Neoantígenos” são proteínas encontradas nas células cancerígenas e a vacina personalizada prepara o sistema imunológico para atacar essas células em cada paciente.

A combinação do Keytruda com o imunizante possibilita o bloqueio de uma ação do sistema imunológico que poderia proteger as células cancerígenas.

“A ideia por trás desta imunoterapia é que, ao estimular o corpo a produzir essas proteínas, ele pode preparar o sistema imunológico para identificar e atacar rapidamente quaisquer células cancerígenas que as contenham, com o objetivo de prevenir a recorrência do melanoma”, explica Heather Shaw, oncologista e coordenadora nacional do ensaio clínico de fase 3.

Os testes estão sendo realizados em vários locais do Reino Unido. Além disso, há cerca de 1.089 pacientes inscritos para o ensaio clínico de fase 3, denominado INTerpath-001, em todo o mundo. Durante o teste, todos os pacientes receberão Keytruda, mas alguns receberão a vacina e, outros, placebo, de forma aleatória.

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