Por Bruno Lucca
(Folhapress) — A Defesa Civil do Rio Grande do Sul confirmou na manhã deste domingo (26) mais três mortes pelas chuvas e enchentes no estado, totalizando 169 óbitos.
O número pode aumentar nos próximos dias, já que ainda há 56 desaparecidos e 806 feridos.
No total, 469 municípios foram afetados, 55.813 pessoas continuam desabrigadas e 581.638 foram desalojadas.
Conforme o governo gaúcho, 77.639 pessoas foram resgatadas.
A chuva retornou à região metropolitana de Porto Alegre na quinta-feira (23) e fez os moradores reviverem o caos da grande enchente do lago Guaíba, que atingiu o nível de 5,33 m no último dia 2, superando o recorde de 4,76 m de 1941.

Lajeado foi uma das cidades mais atingidas pela tragédia que matou, segundo a Defesa Civil, 169 pessoas até agora (Foto: Diego Vara/Reuters)
O nível do lago continua acima dos 4 m na manhã deste domingo, chegando a 4,13 m às 5h15 no cais Mauá, em Porto Alegre, onde a cota de inundação é de 3 m.
A previsão indica cheia duradoura, com manutenção dos níveis elevados nos próximos dias, segundo o IPH (Instituto de Pesquisas Hidráulicas) da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
O cenário mostra que os níveis devem oscilar em torno da marca dos 4 m e devem ocorrer elevações em consequência dos ventos e chuvas previstos para a próxima semana.

Cenário trágico em Lajeado e voluntário no meio da lama; Defesa Civil informa que ainda há 56 desaparecidos no RS (Foto: Diogo Zanatta/ICL Notícias)
Números da Defesa Civil dão a dimensão da tragédia
169 mortes
56 desaparecidos
806 feridos
55.813 desabrigados (quem teve a casa destruída e precisa de abrigo do poder público)
581.638 desalojados (quem teve que deixar sua casa, temporária ou definitivamente, e não precisa necessariamente de um abrigo público –pode ter ido para casa de parentes, por exemplo)
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