Segundo balanço divulgado ontem pelo Ministério da Saúde de Gaza, ao menos 4.385 palestinos morreram na região por causa dos bombardeios das forças de Israel, desde o início da guerra contra o Hamas. Desse total, 1.756 eram crianças ou adolescentes.
Há ainda 13.561 pessoas feridas na região.
A Faixa de Gaza recebe ataques desde que um ataque terrorista do Hamas ocorreu em 7 de outubro, em Israel, resultando na morte de centenas de pessoas.
Segundo levantamento feito pela Folha de S. Paulo, quase metade das mortes de crianças e adolescentes palestinas registradas neste século em conflitos na Faixa de Gaza ocorreu nas duas últimas semanas.
O número de mortes de pessoas com menos de 18 anos em 15 dias de guerra é quase três vezes o total de menores mortos no ano com mais vítimas até agora. No ano de 2014, diz o jornal, 548 crianças e adolescentes foram vítimas de uma ofensiva de Israel para destruir foguetes e túneis em Gaza.
O número de óbitos de pessoas com menos de 18 anos em 15 dias de guerra é quase três vezes o total de menores mortos no ano com mais vítimas até então. Em 2014, 548 crianças e adolescentes foram vítimas de uma ofensiva de Israel para destruir foguetes e túneis em Gaza.
Crianças em Gaza estão demonstrando cada vez mais sinais de traumas, após duas semanas de intensos bombardeios de Israel, dizem pais e psiquiatras no pequeno e lotado enclave, sem um lugar seguro para se esconder das bombas e com pouca perspectiva de trégua.
Crianças compõem quase metade da população de 2,3 milhões de pessoas de Gaza, vivendo sob quase constante bombardeio, com muitas aglomeradas em abrigos temporários em escolas administradas pela ONU após fugirem das suas casas, com pouca comida ou água potável.
Israel deve lançar um ataque por terra contra Gaza em breve, em resposta à ofensiva de soldados do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro que matou mais de 1.400 pessoas, com outras 210 mantidas como reféns.
“As crianças… começaram a desenvolver sintomas sérios de trauma, como convulsões, molhar a cama, medo, comportamento agressivo, nervosismo e não sair de perto dos pais”, disse o psiquiatra de Gaza Fadel Abu Heen.
Mais de 4.100 palestinos foram mortos em Gaza até agora, incluindo mais de 1.500 crianças, enquanto 13.000 pessoas ficaram feridas, de acordo com o Ministério da Saúde palestino.
As condições nos abrigos improvisados em escolas da ONU, onde mais de 380.000 pessoas estão abrigadas na esperança de escapar dos bombardeios, apenas agravam o problema.
Às vezes há 100 pessoas dormindo em uma sala de aula, que exige limpeza contínua. Há pouca eletricidade e água, então os banheiros e vasos sanitários são muito sujos.
“Nossos filhos sofrem muito à noite. Choram a noite inteira, urinam em si mesmas sem querer e eu não tenho tempo de limpar”, disse Tahreer Tabash, mãe de seis filhos se abrigando em uma escola.
Mesmo lá, eles não estão seguros. Essas escolas foram atingidas várias vezes, disse a ONU, e Tabash viu ataques acertando prédios próximos. Quando seus filhos ouvem uma cadeira sendo movida que seja, pulam de medo, disse.
“Essa ausência de qualquer espaço seguro criou uma sensação geral de medo e horror entre toda a população, e as crianças são as mais impactadas”, disse o psiquiatra Abu Heen.
“Algumas reagem diretamente e expressam seus medos. Embora possam precisar de intervenção imediata, podem estar em estado melhor que outras crianças que mantiveram o horror e o trauma dentro delas”, disse.
O sistema de saúde de Gaza já estava sobrecarregado antes da guerra deste mês, que o tem levado à beira do colapso, e especialistas em saúde mental alertam faz tempo sobre o terrível fardo que já estava sendo colocado sobre as crianças.
Com reportagem de Nidal al-Mughrabi, da Agência Reuters
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