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Erika Hilton denuncia ‘escalada da violência’ na Câmara dos Deputados, sob permissão de Lira

"Não podemos naturalizar ou tratar como normal que se extrapole o limite da preservação física", alertou a deputada
06/06/2024 | 19h51

Em um dia de vários bate-bocas e confrontos físicos na Câmara dos Deputados, a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) subiu à tribuna nesta quarta-feira (5) para denunciar o avanço da brutalidade dos parlamentares de extrema direita contra seus adversários políticos.

Hilton atribuiu à tensão a que foi submetida em uma discussão agressiva o mal súbito que levou a deputada Luiza Erundina (PSOL-SP) à UTI na tarde de ontem.

Em um discurso forte, ela alerta que a violência na Câmara extrapolou todos os limites civilizatórios e cobrou do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), providências para que esses arroubos sejam contidos, sob risco de que alguém seja alvejado por um tiro naquele local.

Discussão na sessão que manteve o mandato de André Janones

A seguir, a íntegra da fala de Erika Hilton:

“A deputada Luiza Erundina se encontra indo para uma UTI neste momento por conta do nervoso e do desrespeito a qual foi submetida na Comissão de Direitos Humanos. Isto é a escala da brutalidade, da falta de respeito, da ausência da diplomacia, mas hoje foi um dia marcado pela brutalidade em quase todas as comissões que funcionaram nesta Casa.

A presidência da mesa, o presidente Arthur Lira, precisa dar uma resposta para que a normalidade dos trabalhos desta casa continue. Um deputado teve as calças rasgadas, tem hematomas na perna porque foi agredido exatamente pela brutalidade que tem acometido os trabalhos. Onde nós chegaremos?  Onde nós chegaremos a escala da violência entre nós continuar desta maneira?

Nós precisamos de uma postura firme. Nós precisamos de uma postura clara desta diante a tudo isso que vem acontecendo. Não é possível que deputados, agentes do DEPOL (Departamento de Polícia Legislativa) sejam violentados, agredidos, e que nós deputados tratemos isso com normalidade, que nós nos acostumemos com esse tipo de violência.

Por isso presidente, nós viemos manifestar o nosso repúdio, a nossa solidariedade à nossa companheira Luiza Erundina, que está internada, mas com fé sairá bem e forte, porque é uma guerreira, uma lutadora, respeitada por todos nesta casa. Só não por uma corja covarde, nojenta, que não consegue respeitar nem a deputada Luiza, mas também não respeitar ninguém. Sairá forte.

Agora nós não podemos naturalizar ou tratar como normal que se extrapole o limite da preservação física. Divergências ideológicas, divergências de ideia, divergências de opinião fazem parte do Parlamento. Agora a violência física, a agressão, o desrespeito, a brutalidade como certos setores vêm tratando a gente, isto é além.

Hoje se extrapolou todos os limites e nós exigimos que o presidente Artur, que esta mesa dê uma resposta e barre esta que é uma escalada da violência, porque senão daqui a pouco vai ter pessoa sendo a sendo violentada a tiro.

Nós estamos indo para um lugar que é insustentável, não é civilizatório, não é possível e não é permitido. Foi com a deputada Luiza, mas espalhou por todas as comissões desta Casa e é preciso uma resposta”.

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