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Governo Milei reprime protestos contra arrocho durante votação da Lei de Bases

Gás lacrimogêneo foi utilizado contra manifestantes e deputados da oposição
13/06/2024 | 07h29

Por Brasil de Fato

Em mais um dia de protestos contra o arrocho ultraliberal na Argentina na última quarta-feira (12), o governo Milei, de extrema direita, colocou em ação as medidas de repressão previstas no protocolo de segurança da ministra Patricia Bullrich contra os manifestantes.

Gás lacrimogêneo foi utilizado contra a população que protestava desde a manhã na Praça do Congresso, durante votação no Senado o projeto conhecido como Lei de Bases, pacote de medidas ultraliberais que Milei tenta aprovar desde o início de seu mandato.

Manifestantes protestam em frente ao Congresso argentino, que debate a proposta de Lei de Bases. Foto: Luis ROBAYO/ AFP

Entre os feridos estão cinco deputados do partido de esquerda União Pela Pátria (UxP), que estavam no protesto. O deputado Carlos Castagneto foi um dos mais afetados e teve de ser levado para a enfermaria da Câmara dos Deputados. Depois, junto com outros quatro colegas de partido, foi levado para o hospital Santa Lucía.

Militantes kirchneristas, integrantes da Confederação Geral do Trabalho (CGT), líderes de esquerda e organizações sociais, engrossam o protesto pela rejeição ao projeto da Lei de Bases.

O secretário adjunto dos caminhoneiros e integrante da coordenação da CGT, Pablo Moyano, fez um apelo aos senadores para que rejeitem a Lei de Bases. “Esperemos que a consciência dos senadores, que vêm com os votos dos trabalhadores, defenda os direitos dos trabalhadores”.

O sindicalista denunciou o governo de Javier Milei por “pressionar” os governadores por meio da concessão de obras públicas “para obter o voto de que precisam”.

Carla Gaudensi, secretária geral da Federação Argentina dos Trabalhadores de Imprensa (Fatpren na sigla em espanhol) fez um apelo aos senadores e senadoras para que “não entreguem a pátria, não privatizem as empresas do Estado, porque são fundamentais para garantir nossa soberania”.

“Vamos estar aqui nas ruas para mostrar que o povo argentino não pode permitir que essa Lei de Bases prospere porque é em detrimento de todos e todas nós.”

Lei de Bases do governo Milei

O governo conseguiu o quórum para debater a Lei de Bases no Senado, em sessão que teve início às 10h com 37 senadores. No esforço para conseguir a aprovação, o Executivo anunciou algumas mudanças: a empresa Aerolíneas, os Correios e a Rede de Televisão Argentina (RTA), veículo de comunicação pública, foram retirados da lista de privatizações propostas no projeto.

Na tarde desta quarta, o governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof se manifestou contra a Lei de Bases, que classificou como um perda da soberania, do patrimônio e da possibilidade de que as e os bonaerenses [nascidos na região metropolitana e na Província de Buenos Aires] “possam construir um futuro melhor.”

“Não há um só artigo no projeto que está sendo debatido no Congresso que beneficie nosso povo, a produção ou a indústria. Ademais, pretende dar superpoderes ao governo para aprofundar suas políticas de ajuste e destruição”, postou Kicillof em seu perfil na rede social X, antigo Twitter.

 

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