Por Ayam Fonseca*
A liderança política feminina do PCdoB colocou a caravana “Mais Mulheres na Política” para rodar o Brasil, justamente no momento em que pautas de interesse feminino tem estado em voga na política brasileira, devido a discussão na câmara dos deputados sobre a PL do estupro.
A caravana é uma iniciativa da Secretaria Nacional das Mulheres do PCdoB e tem o intuito de ser uma ação nacional de mobilização e formação política feminina, visando fortalecer o diálogo com o ativismo político e incentivar a participação de cada vez mais mulheres na política brasileira. A ideia também é fortalecer as mulheres que serão candidatas nas próximas eleições, neste ano de 2024.
Para Dani Costa, secretária Nacional da Mulher do PCdoB e uma das responsáveis pelo evento, a democracia se fortalece com a participação feminina ativa nos espaços de decisão e poder. Segundo a secretária, isso é essencial para que se possa avançar no debate de uma agenda de direitos sociais da sociedade.
“Há uma relação entre lideranças femininas e melhorias no desempenho de bens públicos, especialmente nas áreas da educação e saúde. Na pandemia, as mulheres prefeitas foram as que mais enfrentaram com melhor contensão a expansão do vírus da Covid-19. Assim, podemos afirmar que ampliar a participação feminina na política, é ter a possibilidade de conquistar cidade mais inclusivas para toda a sociedade”, disse Dani.
A caravana
A caravana teve início em junho, na cidade de Niterói, no Rio de Janeiro, e seguiu para Belo Horizonte e Betim, em Minas Gerais. A ideia da caravana é promover a participação feminina na política a partir de encontros, debates e atividades. Na edição mineira do evento, a deputada federal do PCdoB-RJ, Jandira Feghali, esteve em dois debates: “Um país com equidade e mais saúde para as mulheres” e “Caravana mulheres pelo Brasil: por um país com mais mulheres na política”.
Fora os debates, atividades culturais fazem parte da programação. Roda de samba, sarau, lançamento de livros, oficinas, rodas de conversa, campanha de arrecadação de absorventes contra a pobreza menstrual e ações em solidariedade ao Rio Grande do Sul, fizeram parte dos eventos promovidos pela caravana.
De acordo com Dani Costa, os eventos da caravana são uma oportunidade de escuta sobre os desafios das mulheres na política, como também de acolhimento e elaboração de estratégias de como as mulheres podem participar das eleições municipais, se candidatando as câmaras municipais e prefeituras, a partir de uma plataforma feminista de desenvolvimento social e sustentável.
Jô Moraes, ex-deputada federal do PCdoB-MG, destaca que “A primeira atividade se dá na cidade operária de Betim, que tem uma presença significativa da categoria metalúrgica, que precisa de mais políticas públicas de apoio às tarefas do cuidado das trabalhadoras. A segunda conquista se deu com o debate sobre saúde da mulher e a gestão do cotidiano da mulher com tecnologia digital. […] Na pauta, a mobilização pelo arquivamento do Projeto de Lei 1904/24, o já conhecido Projeto do Estupro”.
Para Dani Costa, parte do motivo da PL do Estupro ainda não ter sido aprovada são as mulheres nas ruas. Ela acredita que, se mobilizadas, é possível manter e avançar na política de direitos humanos das mulheres. “Nós mulheres mobilizadas e atuantes politicamente somos capazes de mudar a nossa realidade ainda muito desigual socialmente”, diz Costa, que continua “barraremos qualquer tipo de ameaça do retrocesso à essas lutas”, pontua.
Em julho a caravana passará pelas cidades do Rio de Janeiro, Petrópolis, Recife e Olinda, e chegará ao seu fim no município de Salvador, em agosto.
*Estagiário sob coordenação de Chico Alves
LEIA TAMBÉM
Mulheres voltam às ruas hoje contra o PL do Estupro; confira os locais dos atos
PL do DF que protege agressor de mulheres em todo tipo de mídia é aprovado
Deixe um comentário