Franceses fazem neste domingo (20) o primeiro turno das eleições para o novo Parlamento do país, convocadas depois que Emmanuel Macron tomou a decisão de dissolvê-lo no início de junho. Pesquisas indicam possibilidade de vitória do bloco da extrema direita.
Com esse resultado, o governo de Macron, que vai até 2027, pode ficar inviável na prática. O avanço da extrema direita nas eleições para o Parlamento Europeu, levou Macron a tomar decisão de dissolver o Legislativo francês e marcar uma nova votação.
A resposta dos eleitores neste domingo, por enquanto, foi grande: o comparecimento às urnas até o meio-dia no horário local (07h no Brasil), foi o mais alto em 40 anos no país, com um índice de 28% do total de votantes.
Entenda o regime político na França
Na França, que tem regime semipresidencialista, os eleitores elegem os partidos que vão compor o Parlamento. A sigla ou a coalizão que obtiver mais votos indica então o primeiro-ministro, que, no país europeu, governa em conjunto com o presidente — este eleito em eleições presidenciais diretas e separadas das legislativas e que, na prática, é quem ganha mais protagonismo à frente do governo.
Caso o presidente e o primeiro-ministro sejam de partidos políticos diferentes, a França entrará em um chamado governo de “coabitação”, o que ocorreu apenas três vezes na história do país europeu.
Um cenário que pode paralisar o governo de Macron. Isso porque, neste caso, o premiê assume as funções de comandar o governo internamente, propondo, por exemplo, quem serão os ministros.
O primeiro-ministro atual, Gabriel Attal, é aliado de Macron, mas, se as pesquisas se concretizarem, quem deve assumir o cargo é o Jordan Bardella, de apenas 28 anos, o principal nome do partido de extrema direita de Le Pen, o Reunião Nacional (RN).
As pesquisas mais recentes indicam maioria para o RN. Um levantamento do instituto de pesquisas francês OpinionWay na última sexta-feira (28) apontou que o RN poderia alcançar até 37% dos votos, o que representa um aumento de dois pontos percentuais na comparação com uma semana atrás.
Partido de Macron está em terceiro lugar
O partido centrista de Macron estava em terceiro lugar — atrás do bloco formado por siglas da esquerda — com 20%, uma queda de dois pontos em relação à última publicação.
A coligação de esquerda NFP, formada por socialistas, comunistas e ambientalistas e pelo partido radical França Insubmissa (LFI), já indicou que retirará seus candidatos se chegaram em terceiro lugar ao segundo turno para dar mais chances ao candidato do governo e tentar derrotar a extrema direita.
As eleições parlamentares são realizadas em dois turnos — um neste domingo e o outro, em 7 de julho.
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