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PF apreende mais de R$ 196 mil na casa de ex-prefeito de Duque de Caxias (RJ)

Washington Reis e secretária municipal de Saúde: alvos de investigação sobre fraude em vacinação da família do ex-presidente
04/07/2024 | 17h21

A Polícia Federal (PF) apreendeu R$ 164 mil em dinheiro vivo na casa do ex-prefeito de Duque de Caxias e atual secretário de Transportes do Estado do Rio de Janeiro, Washington Reis (MDB). Também foram encontrados US$ 5,7 mil e 170 euros — cerca de R$ 31,2 mil e R$ 1 mil, respectivamente.

Washington Reis e a atual secretária municipal de Saúde, Célia Serrano, foram alvos da segunda fase da Operação Venire, ocorrida nesta quinta-feira (4). Na primeira, deflagrada em maio, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão contra o deputado federal Gutemberg Reis (MDB), irmão de Washington.

A investigação apura a existência de associação criminosa para inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Segundo a PF, um dos cartões de vacina falsificados é o do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Os mandados de busca e apreensão contra Washington Reis e Célia Serrano foram emitidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

De acordo com as investigações, agentes públicos de Duque de Caxias seriam responsáveis por viabilizar a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19.

A segunda fase da operação teve como objetivo buscar a identificação de novos beneficiários do esquema fraudulento. Ao todo, foram cumpridos dois mandados, nas cidades do Rio de Janeiro e Duque de Caxias.

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Jair Bolsonaro durante cerimônia de posse do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Foto: Arquivo/PR

PF investiga cartões de vacinação da família Bolsonaro

As investigações da PF apontam que o sistema da Secretaria de Saúde de Duque de Caxias foi usado, de forma irregular, para inserir nos registros de Bolsonaro e aliados doses de vacina contra a Covid-19 que nunca foram aplicadas de fato.

Teriam sido adulterados, segundo as investigações, os cartões de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro, da filha mais nova dele, de 12 anos, de assessores do então presidente, do deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ), irmão do então prefeito de Duque de Caxias.

Fraude em cartões de vacinação

Em abril, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu ao STF o aprofundamento das investigações sobre a fraude em cartões de vacinação que envolvem a família do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em março, a PF indiciou no caso o ex-presidente, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) e outras 14 pessoas. Bolsonaro foi alvo da primeira fase da Operação Venire.

Em delação premiada, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, disse que a fraude no cartão de vacinação de Bolsonaro e da filha dele, Laura, foi feita a pedido do próprio mandatário na época e que os certificados foram impressos e entregues “em mãos” ao então presidente.

Os suspeitos foram indiciados sob suspeita dos crimes de inserção de dados falsos em sistema público e associação criminosa. A pena para associação criminosa é a reclusão de 1 a 3 anos. Já a inserção de dados falsos em sistema de informações tem pena de reclusão de 2 a 12 anos e multa.

Defesas

Washington Reis negou envolvimento nas supostas fraudes. “Vacinamos todo mundo. Não guardamos vacina, nunca faltou, isso nunca é dito. Agora a gente está sendo vítima, não vou dizer de covardia porque eu não sou frouxo”, disse à GloboNews.

Em nota, o governo do estado do Rio de Janeiro disse que na operação “não existe nada referente ao Governo do Rio e nem nos fatos que comprometam a conduta do secretário Washington Reis”.

Já a Prefeitura de Duque de Caxias informou que Operação Venire “não teve como alvo nenhum órgão vinculado à municipalidade”.

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