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Justiça do Trabalho condena Ypê por ‘live’ a favor de Bolsonaro para funcionários em 2022

Sentença é em 2ª instância. Se favorável no TST, poderá acarretar multa de R$ 100 mil
06/07/2024 | 23h50

O Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15), em Campinas (SP), condenou na última quinta-feira (4) a Química Amparo, dona da marca de detergentes Ypê. A condenação foi por uma “live” a favor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na campanha de 2022.

A dona da Ypê foi condenada por assédio eleitoral. Segundo a sentença, a Química Amparo fica proibida “de fazer propaganda eleitoral a favor de qualquer candidato a cargo político”. Ainda cabe recurso no Tribunal Superior do Trabalho (TST).

De acordo com o Uol, nenhuma punição foi ainda aplicada à empresa ou aos donos da Química Amparo. A decisão do TRT-15, caso julgada favorável no TST, poderá determinar multa de R$ 100 mil se a Ypê voltar a fazer propaganda política a funcionários.

Justiça: 2ª instância

A sentença é de segunda instância. Em dezembro de 2023, a Química Amparo já havia sido condenada pela Vara do Trabalho de Amparo, município onde fica a fábrica da Ipê.

“Apesar do conteúdo aparentemente informativo, a exibição da live teve o propósito de influenciar o voto dos empregados da empresa, tendo ocorrido no mesmo dia em que se iniciou a propaganda eleitoral do segundo turno. O palestrante apontou diversos números sugerindo que a manutenção do então governo era a melhor opção para o país”, diz a nova sentença de condenação.

Fábrica da Ipê na cidade de Amparo, em São Paulo (Foto: Divulgação)

“Sugestão” de voto

A “sugestão” de voto em Jair Bolsonaro teria ocorrido após o primeiro turno das eleições de 2022. O Ministério Público do Trabalho (MPT) destaca que a empresa promoveu “palestra voltada a persuadir os trabalhadores”.

Procurada, a Química Amparo não quis comentar a sentença e informou ser “apartidária” e “não comenta processos judiciais em curso”.

Doação

Os donos da Ypê fizeram doações à campanha de Bolsonaro em 2022. Três membros da família Beira, que integram o conselho de sócios, doaram, juntos, R$ 1 milhão a Jair Bolsonaro.

As doações repercutiram nas redes sociais durante as eleições. Apoiadores de Bolsonaro aprovaram a atitude e promoveram a marca. Já os eleitores de Lula incitaram boicote à marca.

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