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Macron pede ao primeiro-ministro que continue no cargo para “garantir estabilidade”

O presidente da França pediu ao premiê Gabriel Attal que continue no cargo; resultado de eleições legislativas mostram Parlamento dividido pela três coalizões
08/07/2024 | 10h32

O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu na segunda-feira (08) a seu primeiro-ministro Gabriel Attal que continue no cargo para “garantir a estabilidade” da França, após as eleições legislativas e a menos de três semanas dos Jogos Olímpicos.

Com a vitória da coalizão de esquerda em eleições no domingo (07), Attal se reuniu nesta segunda-feira com Macron para apresentar sua renúncia. Macron agradeceu o premiê  por liderar a aliança de centro-direita nas eleições, afirma comunicado oficial.

Gabriel Attal é aliado político de Macron pela frente governista Juntos (de centro direita). No sistema francês, presidente e primeiro-ministro governam em conjunto.

Com o resultado das eleições de domingo Nova Frente Popular ficou com 182 assentos, Juntos com 168 assentos e a Reunião Nacional, de extrema direita, obteve 143 assentos.

Para o partido de Marine Le Pen, líder do Reunião Nacional, o resultado foi uma decepção. No primeiro turno, ocorrido há uma semana, a extrema direita havia saído à frente de todas as demais forças políticas.
“Nossa vitória foi apenas adiada”, disse Le Pen, horas depois de uma pesquisa boca de urna indicar a derrota da legenda.

França

Le Pen e Macron. Foto: Joel Saget/AFP

Esquerda vai precisar de aliança para governar

Embora ainda não tenham batido o martelo sobre a união, líderes do bloco esquerdista indicaram que poderiam se aliar ao centro para chegar aos 289 assentos necessários para ter maioria.

A viabilidade de um governo juntando as duas forças, entretanto, ainda é incerta. Ambos os blocos nutrem desavenças profundas em determinados tópicos, como a reforma da Previdência francesa, por exemplo.

Jean-Luc Mélenchon, um dos líderes da esquerda francesa, afirmou que Macron deverá admitir a derrota nas eleições e, além disso, criar alguma relação com o NFP para formar o governo.

Prestes a entrar em um período de tensas negociações para definir o balanço de forças da Assembleia Nacional, a França se depara com um cenário desconhecido e até a ameaça de um Parlamento paralisado.

 

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