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Jovens da periferia da Grande Recife vão se apresentar para o Papa Francisco nos próximos dias 3 e 4 de novembro. Formada por 25 músicos, a Orquestra Criança Cidadã — um projeto de inclusão social pela música — vai ao Vaticano para apresentações do Concerto pela Paz, que acontecerá no o altar-mor da Basílica de São Pedro e na Sala Paulo VI. Objetivo é sensibilizar o mundo pelo fim da guerra no continente.

A orquestra é composta por 25 meninos e meninas, com idades entre 14 e 21 anos, moradores do Coque, bairro com um dos piores índices de desenvolvimento humano de Recife, e de Camela, distrito modesto da cidade de Ipojuca, na Região Metropolitana.

Organizado pela Charis Internacional e pela Comunidade Obra de Maria, com apoio da Fondazione Cavalsassi, na Itália, e a Orquestra Criança Cidadã, no Brasil, o concerto vai reunir também cerca de 30 instrumentistas russos, ucranianos e italianos.

CONCERTO

O repertório foi escolhido por José Renato Accioly, Lanfranco Marcelletti Jr., que farão a regência dos concertos, e por Guilherme Teixeira, com sugestões da Fondazione Calvasassi.

Em homenagem aos cidadãos cujas histórias de vida estão sendo abaladas diretamente pelo conflito, figuram o russo Sergei Rachmaninov e o ucraniano Mykola Leontovich. O italiano Antonio Vivaldi e o argentino Astor Piazzolla, em tributo ao papa, também foram selecionados.

Do Brasil, aparecem Heitor Villa-Lobos, Ary Barroso e o pernambucano Clóvis Pereira, de Caruaru, atualmente com 93 anos, de quem foram escolhidas as ‘Três Peças Nordestinas’, importante produção musical do Movimento Armorial.

ORQUESTRA

Idealizada em 2006 pelo juiz João José Rocha Targino, em parceria com o maestro Cussy de Almeida (1936-2010) e o desembargador Nildo Nery dos Santos (1934-2018), a Orquestra Criança Cidadã tem incentivo do Ministério da Cultura e oferece diversos cursos para os jovens da periferia pernambucana.

No projeto social, os alunos recebem aulas de instrumentos de cordas, sopros e percussão, teoria musical, flauta doce e canto coral, além de apoio pedagógico, atendimento psicológico, médico e odontológico, aulas de inclusão digital, três refeições por dia e uniformes. Há ainda bolsas para monitores.

Ao longo de 18 anos, a Orquestra Criança Cidadã já formou cerca de 700 jovens. E muitos seguiram a carreira artística. Entre eles, Antonino Tertuliano, que atualmente integra a Orquestra Filarmônica de Israel. Ele vai juntar à comitiva em Roma. Outros se especializaram nas funções de luthier e archetier. Ou seja, construtores de instrumentos e de arcos de madeira para instrumentos de corda, respectivamente.

 

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