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Juliana Dal Piva

Formada pela UFSC com mestrado no CPDOC da FGV-Rio. Foi repórter especial do jornal O Globo e colunista do portal UOL. É apresentadora do podcast "A vida secreta do Jair" e autora do livro "O negócio do Jair: a história proibida do clã Bolsonaro", da editora Zahar, finalista do prêmio Jabuti de 2023.

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Longe da campanha, Bolsonaro não fará esforços por Nunes que vive momento crítico

Bolsonaristas avaliam que, a depender da posição de Nunes no 7 de setembro, há potencial para perda de intenções de voto
30/08/2024 | 05h00

O crescimento do candidato Pablo Marçal (PRTB) na disputa pela prefeitura de São Paulo não fará Jair Bolsonaro (PL-RJ) se engajar na campanha de Ricardo Nunes (MDB-SP), que tenta a reeleição, e é oficialmente apoiado pelo ex-presidente.

Na avaliação de interlocutores de Bolsonaro, a equipe de Nunes já tinha alijado os bolsonaristas da campanha desde o ano passado e agora está colhendo os frutos disso ao perder apoio para Marçal. Aliados do ex-presidente se queixam de que a campanha nunca fez gestos para Bolsonaro.

Eles avaliam ainda que a posição do prefeito nas manifestações de 7 de setembro será crucial para determinar o potencial de queda de Nunes até o dia da eleição. Bolsonaristas avaliam que, a depender da posição de Nunes, há potencial para perda de intenções de voto.

Apuração da coluna também mostrou que doa parte dos candidatos bolsonaristas do PL em São Paulo nem sequer mencionam o prefeito Ricardo Nunes (MDB), candidato apoiado por Jair Bolsonaro (PL), na campanha nas redes sociais. Na lista encontram-se inclusive nomes apoiados por três figurões do partido, os deputados federais Nikolas Ferreira, Carla Zambelli e Paulo Bilynskyj.

Carlos Bolsonaro

Por outro lado, os interlocutores de Bolsonaro explicam que o tuíte do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) não é um “anúncio” de apoio automático a Marçal. Depois de dias trocando farpas e ofensas públicas, Carlos e Marçal conversaram por telefone, e o filho de Jair Bolsonaro escreveu no Twitter: “Expusemos nossos pontos e fico feliz em ter a consciência que queremos rumar nas mesmas direções quando falamos de Brasil”.

Na avaliação de integrantes do PL, era importante que as brigas públicas cessassem e há também uma avaliação de um cenário a longo prazo, para manter a mobilização da extrema direita sem divisões, inclusive, num eventual segundo turno em SP com Guilherme Boulos, do PSOL.

 

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