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Um estudo feito pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) revelou que a estimativa de abandonar a construção da usina nuclear de Angra 3 poderia custar cerca de R$ 21 bilhões. O investimento necessário para finalizar o projeto estaria estimado em R$ 23 bilhões.

O estudo foi entregue na última terça-feira à Eletronuclear, que encaminhou os dados ao Ministério de Minas e Energia e aos seus acionistas.

No momento, o governo tende a terminar as obras, contudo, a decisão de continuar ou não com o projeto é do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética). Se finalizada a obra, a previsão é que a usina comece a operar em 2031.

Usina Angra 3 (Foto: Reprodução)

Gastos de abandonar Angra 3

Segundo o estudo do BNDES, os R$ 21 bilhões da desistência da usina seriam divididos da seguinte forma:

  • R$ 9,2 bilhões: para quitar financiamentos já existentes com a Caixa e o BNDES, incluindo multas e penalidades decorrentes da não conclusão da obra.
  • R$ 2,5 bilhões: para a rescisão de contratos firmados e suas penalidades.
  • R$ 1,1 bilhão: para a devolução de incentivos fiscais recebidos na importação e aquisição de equipamentos.
  • R$ 940 milhões: em desmobilização das obras já realizada.
  • R$ 7,3 bilhões: custo de oportunidade de capital investido.

Conforme diz o estudo, esses valores precisariam ser pagos a curto prazo. Desistir da usina também resultaria na perda dos R$ 12 bilhões já investidos no projeto.

Caso seja finalizado, a própria Eletronuclear arcaria com os custos da obra, juntamente a um consórcio de bancos. Se a decisão de abandonar as obras for tomada, a União assumiria os custos transferindo, em última hipótese, para a conta de luz dos consumidores, sem que eles recebam energia em troca.

Angra 3

A construção da planta da usina nuclear Angra 3 teve início na década de 1980, mas ficou parada por vários anos e só agora teve as obras retomadas pela Eletronuclear. O progresso físico global é de 66%.

De acordo com o projeto, Angra 3 –a terceira usina nuclear brasileira–, terá uma potência de 1.405 megawatts, conseguindo produzir cerca de 12 milhões de MWh anuais. Quando concluída, a nova usina irá gerar o equivalente a 70% do consumo de energia do Rio de Janeiro, podendo atender até 4,5 milhões de habitantes.

O projeto da usina prevê um alto grau de confiabilidade, que reduzirá o risco de apagões.

 

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