O Ministério de Minas e Energia estuda retomar horário de verão por causa da seca extrema e da falta de chuvas, que podem levar o país a ter racionamento de energia. A volta do horário de verão é uma das alternativas sendo discutidas pelo governo. Ainda não há confirmação se a medida entrará em vigor, nem há previsão de data, informa o repórter João Gabriel da Folha de S. Paulo.
Em razão da seca, o Ministério de Minas e Energia ampliou a autorização para uso de usinas termelétricas, especificamente de Santa Cruz (RJ), Linhares (ES) e Porto Sergipe (SE).
“Nós estamos em uma fase de avaliação da necessidade ou não do horário de verão. Nós sabemos que, apesar da divisão da sociedade com relação a ele, tem outros efeitos que têm que ser analisados pelo governo, além da questão energética, que é a questão da economia. Ele impulsiona fortemente a economia do turismo, a economia dos bares, restaurantes, ele impulsiona a economia cotidiana”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Horário de verão reduz demanda no final da tarde
A volta do horário de verão pode ajudar a reduzir a demanda de energia ao final da tarde, que é um horário crítico para o sistema elétrico. No final da tarde, fontes alternativas de fornecimento energia, como a solar e a eólica têm queda na produção. Mas a demanda por energia elétrica aumenta em razão do fim do expediente comercial, da chegada das pessoas em casa e o declínio da luz natural do início da noite, segundo o ministro.
Com o horário de verão, o período do dia coberto com luz natural aumenta, o que pode reduzir esta demanda. O horário de verão foi extinto em abril de 2019, pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O retorno da medida chegou a ser especulado também durante a forte seca de 2023, mas na época foi descartada pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva. Técnicos do Ministério de Minas e Energia avaliaram que o nível dos reservatórios hídricos brasileiros estavam altos, mesmo diante da seca, e por isso a medida não seria necessária.
Em 2024, o Brasil enfrenta a pior seca de sua história desde que se há registro pelo Cemadem (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais). Na Amazônia, os rios Madeira e Negro já atingiram alguns dos níveis mais baixos da história.
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