José Luiz Datena disse não ter se arrependido da cadeirada que deu em Pablo Marçal durante o debate da TV Cultura, na noite do domingo (15). Em entrevista ainda nas dependências do Teatro B32, em São Paulo, ele afirmou a uma repórter da TV Cultura: “Claro que não”.
O candidato do PSDB disse que agrediu Marçal pelas acusações de assédio sexual feitas pelo x-coach. As provocações entre os dois candidatos começaram no segundo bloco do debate, quando Datena deveria dirirgir uma pergunta ao ex-coach e disse “vou me rserevra o direito de não perguntar nada para o Pablo Marçal, porque até agora ele subverteu toda perspectiva desses debates.”
Em seguida Marçal citou frase de letra dos Racionais MC’s em “Diário de Um Detento” (“Homem é homem, mulher é mulher e estuprador é outra história…”) para perguntar a Datena sobre a ex-funcionária de seu programa Brasil Urgente que o acusou de assédio.
Datena afirmou que caso foi arquivado. Também disse que esse foi um tema que gerou “grande problema” para a família dele. “Foi uma acusação e a polícia não viu prova nenhuma, nem o Ministério Público, que arquivou o processo. A pessoa que me acusou se retratou publicamente em cartório, pediu desculpas.”Depis
Na entrevista à TV Cultura, Datena disse que sua atitude foi uma “satisfação” para a sua sogra. Segundo o candidato, ela teria sofrido um AVC e falecido em decorrência das acusações de assédio, na época em que o caso se tornou público. Ele também classificou em entrevista a jornalistas na saída do debate que que perdeu a cabeça e teve uma “reação humana”.
O jornalista e mediador Leão Serva classificou o episódio de agressão como “uma das cenas mais desagradáveis, certamente, da história da TV brasileira”. Em entrevista à TV Cultura, Serva ainda afirmou: “Não imaginávamos que com todas essas regras isso pudesse acontecer, é muito lamentável que tenha acontecido.” Serva chamou os comerciais assim que houve a agressão e interrompeu o debate até que Datena se retirasse.
Datena publica nota sobre o episódio
Em nota publicada na manhã de segunda-feira, Datena (PSDB) afirma não defender o uso da violência: “Não defendo o uso da violência para resolver um conflito. Essa é a regra e sempre a respeitei nos meus 67 anos de vida. Até o dia de ontem. Porque torna-se difícil obedecê-la quando os limites de civilidade são rompidos e corrompidos por um oponente.”
Em seguida, mais uma vez, diz que o candidato do PRTB fez acusações falsas: “As acusações que Marçal me fez diante de milhões de pessoas são graves. E absolutamente falsas.”
“Usando linguagem de marginais, algo que lhe é tão peculiar, feriu minha honra e maculou minha família, já machucada pela perda de um ente querido em decorrência do mesmo episódio agora novamente imputado a mim de forma vil pelo meu adversário”, diz a nota. Marçal chamou Datena de “jack”, jargão de presos para denominar um estuprador.
Errei, mas de forma alguma me arrependo. Preferia, sinceramente, que o episódio não tivesse ocorrido. Mas, fossem as mesmas as circunstâncias, não deixaria de repetir o gesto, resposta extrema a um histórico de agressões perpetradas a mim e a muitos outros por meu adversário, escreveu Datena na nota.
Ao final, repete sua disposição de prosseguir na campanha: “Continuarei a disputa pela prefeitura de São Paulo para realizar meu sonho de fazer de São Paulo uma cidade melhor, que ofereça uma vida digna aos que mais precisam. E também para defender a nossa democracia ameaçada por figuras como Pablo Marçal que querem o obscurantismo e não o bem da cidade e de sua população.”
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