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Meio Ambiente

Ibama relata dificuldade para obter apoio de outros países no combate a incêndios

Governo deve anunciar em breve pacote de medidas para lidar com o problema das queimadas
16/09/2024 | 17h50

Por Heloisa Villela

Brasília acordou cinza. A cidade conhecida pela cor do céu, dos mais azuis do país, tem cheiro de queimado e cinzas por toda parte. “E isso não é nada perto do que está acontecendo na Amazônia”, disse ao ICL o Presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, sobre os incêndios. Ele participou da primeira metade da reunião convocada pelo Presidente Lula, na manhã desta segunda-feira, 16, para discutir as queimadas e a emergência climática que o Brasil enfrenta. Uma combinação de incêndios criminosos, temperaturas acima da média para essa época do ano e práticas errôneas de manejo agrícola.

Agostinho estava na reunião amazônica em Alta Floresta, no norte do Mato Grosso, e precisou pegar um carro para deixar a cidade. Os voos regionais foram cancelados por causa da quantidade de fumaça no ar. Segundo o presidente do Ibama, vários países do mundo estão mergulhados em problemas extremos provocados pelas mudanças climáticas. E precisam se preparar para o que ainda vem por aí.

Rodrigo Agostinho deixou a reunião no Palácio do Planalto depois de fornecer as informações a respeito do trabalho do Ibama no enfrentamento aos incêndios. Ele disse que há 15 meses consecutivos a temperatura mundial subiu um grau e meio e não consegue voltar ao patamar anterior.

Estiveram também na reunião, no Planalto, a Ministra de Estado do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o Chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macedo, o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Alexandre Padilha, o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o senador Randolfe Rodrigues, entre outros.

Incêndios

Fumaça invade Brasília: Esplanada encoberta. (Foto: Cristiano Mariz/ O Globo)

Combate a incêndios

Agostinho relatou que também está difícil conseguir apoio de outros países para combater os focos de incêndio no Brasil. “A gente fala com os Estados Unidos e eles dizem que estão enfrentando o fogo na Califórnia. O Canadá também tem incêndios. Não é fácil. E não tenho a menor dúvida. O mundo vai ter que se preparar melhor para todas essas crises ambientais”, relata.

No momento, há focos de incêndio na Sibéria, no Alaska, em vários lugares da América do Sul e também em Portugal, onde, segundo o jornal Político, um brasileiro de 28 anos morreu queimado quando tentou recuperar equipamentos da empresa para a qual trabalhava na região de Sobreiro. O nome do rapaz ainda não foi divulgado, mas o corpo do brasileiro foi encontrado carbonizado.

Mais brigadistas na Amazônia

O presidente do Ibama disse que neste fim de semana uma frente fria chegou ao Pantanal levando chuva à região. Por isso ele vai poder deslocar algumas equipes para a Amazônia. O Ibama, disse ele, está aumentando, gradativamente, o número de brigadistas preparados para combater os incêndios. Mas é preciso tempo para treinar os profissionais. “Neste fim de semana, um bombeiro aqui de Brasília quase morreu queimado combatendo o fogo no Parque Nacional e ele é um profissional bem treinado, com todos os equipamentos”, destacou.

Neste domingo, o presidente Lula sobrevoou a região do Parque Nacional que está queimando. Viu do alto a fumaça e a vegetação destruída. O cheiro forte de queimado tomou conta da cidade. Os moradores de Brasília estão sentindo os olhos ardendo, a garganta também. O Presidente do ICMBio, Mauro Oliveira Pires, disse ao ICL que a situação vai piorar na noite desta segunda-feira e durante o dia de terça-feira, 17.

 

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