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Juliana Dal Piva

Formada pela UFSC com mestrado no CPDOC da FGV-Rio. Foi repórter especial do jornal O Globo e colunista do portal UOL. É apresentadora do podcast "A vida secreta do Jair" e autora do livro "O negócio do Jair: a história proibida do clã Bolsonaro", da editora Zahar, finalista do prêmio Jabuti de 2023.

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Com campanha patinando, Ramagem já gastou R$ 21 milhões, mais que o dobro de Paes

O ex-delegado da PF já comprometeu 82% do que arrecadou (R$ 26 mi); Boulos lidera gastos em SP
17/09/2024 | 09h00

Por Juliana Dal Piva e Igor Mello

O candidato do PL a prefeito do Rio, Alexandre Ramagem, já declarou gastos de campanha no total de R$ 21,9 milhões, o que demonstra que o ex-delegado da Polícia Federal já comprometeu 82% de tudo que arrecadou (R$ 26 milhões) para usar no primeiro turno. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

É o postulante que mais gastou e é também mais do que o dobro do valor despendido pelo prefeito Eduardo Paes (PSD), que disputa a reeleição, e declarou apenas R$ 9,3 milhões em despesas até o momento. O prefeito arrecadou R$ 21,3 milhões.

A maior despesa declarada por Ramagem até aqui é com a empresa do marqueteiro Paulo Vasconcelos, que comanda sua campanha. Ele gastou R$ 7,8 milhões com Vasconcelos.

O valor chama atenção: Paes gastou R$ 7 milhões até agora. Em São Paulo, as campanhas foram mais modestas: Ricardo Nunes (MDB) declarou R$ 4 milhões em gastos com marqueteiros, enquanto Boulos (PSOL) ficou em R$ 3,2 milhões e Datena (PSDB), com R$ 2,9 milhões.

O valor que já foi pago por Ramagem fica acima do que o próprio Vasconcelos recebeu para cuidar da campanha do governador Cláudio Castro (PL), em 2022. Na ocasião, a fatura pelos seus serviços ficou em R$ 6,85 milhões.

Tarcísio (PSOL) gastou R$ 2,55 milhões e Rodrigo Amorim (União Brasil) usou R$ 2,27 milhões. Todos os valores estão dentro do limite de gastos do primeiro turno, estipulado por lei, que é de R$ 29,3 milhões.

O valor usado por Ramagem demonstra o esforço que o PL está fazendo em sua campanha apesar de todas as pesquisas indicarem uma possível vitória de Paes ainda no primeiro turno. Na última pesquisa Datafolha, do dia 12 de setembro, Paes tinha 59% das intenções de voto enquanto Ramagem estava 11% e Tarcísio aparecia com 6% e Amorim, 2%.

O próprio PL avalia que a campanha paulista, em especial a atenção em torno da candidatura do ex-coach Pablo Marçal, está tornando ainda mais difícil fazer a população se interessar pela eleição no Rio.

Em SP, Boulos lidera gastos de campanha

Os dois candidatos que mais gastaram até o momento na campanha pela prefeitura de São Paulo são Guilherme Boulos (PSOL), com um total de R$ 29,8 milhões, e Ricardo Nunes (MDB), com R$ 22,8 milhões. Todos os valores estão dentro do limite de gastos do primeiro turno, estipulado por lei, que é de R$ 67 milhões.

Os dois também tiveram os maiores valores arrecadados até o momento. O psolista possui à disposição um total de R$ 55 milhões. Já Nunes, R$ 36,2 milhões.

Pablo Marçal (PRTB) declarou gastos de apenas R$ 1,9 milhão e informou ter obtido um total de R$ 2,9 milhões para utilizar durante o primeiro turno.

Boulos, Nunes e Marçal lideram a corrida pela prefeitura. No entanto, Marçal é investigado, porém, por remunerar terceiros para difundir cortes que divulgam sua candidatura, o que é proibido pela legislação eleitoral.

A candidata do PSB, Tabata Amaral, já declarou ter utilizado R$ 13,2 milhões e arrecadou 15,2 milhões.

José Luiz Datena, que disputa pelo PSDB, é o único que informou ao TSE operar no negativo. Ele declarou gastos de R$ 5,2 milhões, mas obteve menos do que isso para usar na campanha. Ao TSE, ele informou ter à sua disposição um total de R$ 3,6 milhões.

 

SAIBA MAIS:

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