Um levantamento do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) revelou que, no primeiro semestre de 2024, o número de argentinos vivendo abaixo da linha da pobreza aumentou, atingindo 15,7 milhões de pessoas. É o maior número registrado desde 2003.
De acordo com os dados, mais da metade da população, 52,9%, está em situação de pobreza, o que afeta 4,3 milhões de famílias, ou 42,5% do total.
Nos primeiros seis meses do governo do ultraliberal Javier Milei, 3,4 milhões de argentinos passaram para a faixa da pobreza, representando um aumento de 11,2 pontos percentuais em relação ao final de 2023.
O país terminou com 19,5 milhões de pobres em 2023, ou seja, houve um aumento de 5,4 milhões de novos pobres e quase três milhões de pessoas a mais na pobreza extrema em apenas seis meses. A pobreza entre menores de 14 anos chegou a 66%, ou 7,3 milhões de crianças.
As regiões com o maior índice da pobreza foram:
- Gran Resistencia, com 76,2%.
- Formosa, com 67,6%.
- La Rioja, com 66,4%.
- Santiago del Estero-La Banda, com 64%.
Governo Javier Milei
A população da Argentina vive em meio a uma grave crise econômica, com dívidas elevadas, câmbio instável, reservas escassas e uma inflação anual de 236%.
O governo de Javier Milei, de extrema direita, adotou o chamado chamado “Plano Motosserra”, que inclui cortes de gastos públicos e subsídios. A política levou a um aumento das tarifas de serviços essenciais como água, gás e transporte.
Argentina
O levantamento do Indec mostra, ainda, que 5,4 milhões (18,1% da população) de pessoas estão em situação de indigência, sem acesso a uma cesta básica de alimentos suficiente. O número representa um aumento em comparação aos 11,9% registrados no segundo semestre de 2023.
Os números também se refletem no Produto Interno Bruto (PIB) do país, que caiu 5,1% no primeiro trimestre e 1,7% no segundo trimestre de 2024.
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