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Chineses presos em Angola operavam bets direcionadas a enganar apostadores do Brasil

Segundo autoridades angolanas, sistema gera perdas constantes aos apostadores brasileiros
30/10/2024 | 06h52

O Serviço de Investigação Criminal (SIC) de Angola prendeu 46 chineses e desmantelou uma rede criminosa internacional que operava em Luanda um cassino virtual com mais de 400 jogos online para enganar apostadores brasileiros e nigerianos. A ação envolveu a Polícia Nacional, a Inspeção Geral do Trabalho (IGT), o Instituto de Supervisão de Jogos (ISJ), o Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) e o Serviço de Migração.

Os cidadãos chineses foram apresentados no Hotel Sunshine, onde operavam as suas atividades clandestinas. Os acusados criaram mais de 400 jogos on-line, cujos jogadores são apenas cidadãos brasileiros localizados em várias cidades do Brasil. Em outros jogos, os apostadores são apenas cidadãos nigerianos.

De acordo com Manoel Faria, porta-voz do SIC, os apostadores acessavam a plataforma de jogo, cujo objetivo principal era a burla informática, por meio de um sistema que gera perdas constantes aos apostadores.

“Embora o call center esteja em território angolano, conseguimos verificar através dos computadores aqui instalados, que os apostadores desses jogos online são apenas brasileiros residentes no Brasil que injetavam quantias em real”, garantiu Faria.

Foram encontrados também 113 trabalhadores angolanos. Na sequência das investigações, os investigadores apuraram que neste esquema os angolanos trabalham na interação com usuário dos jogos e na área de marketing, no sentido de gerarem engajamento com perfis falsos, onde fazem divulgação e promoção das apostas.

Há também a área de parceria. Nesta são os brasileiros que operam como mobilizadores para outras pessoas aderirem jogos e quem se predispõe a fazer essa atividade a nível no território brasileiro tem uma percentagem por cada jogador conquistado.

“A plataforma pode ter até 40 jogadores de uma só vez, que vão fazendo muitas apostas e quase sempre perdem. E depois de conseguirem os seus intentos com determinado tipo de jogo tiram do ar e lançam novos tipos de jogos”, explicou o investigador.

Além das prisões, foram apreendidos 223 computadores e 113 celulares.

Autoridades de Angola constataram roubo de dados

“Verificamos também que esses tipos de jogos servem para o roubo de dados pessoais e bancários dos seus utilizadores”, afirmou Manoel Faria.

As autoridades constataram que os funcionários trabalham mais de 8 horas por dia, geralmente com jornada de 12 horas. De 200 trabalhadores, apenas 15 estão inscritos no sistema de proteção social obrigatória. Os chineses ludibriavam os trabalhadores garantindo que os valores estavam sendo repassados para a segurança social.

Os investigados vão responder pelos crimes de burla informática, lavagem de dinheiro, exercício de atividade ilegal de jogos on-line e associação criminosa.

 

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