A província de Valência, no leste da Espanha, tem vivido uma situação crítica devido às chuvas que atingem a região desde terça-feira (29), causando enchentes repentinas.
Segundo as autoridades, o número de mortos subiu para 155 e a busca por mais corpos continua, nessa que pode ser considerada a pior enchente do século 21.
Segundo o ministro dos Transportes e da Mobilidade espanhol, Óscar Puente, ainda há corpos para serem encontrados. Esses corpos podem estar presos dentro de carros que foram atingidos pelas enchentes.
O ministro ainda informou que cerca de 80 km das rodovias do leste do país foram atingidas pelas chuvas, ficando seriamente danificadas ou bloqueadas, em grande parte por carros que foram abandonados.
As chuvas causaram grande destruição. Os transtornos exigiram a ação das forças de resgate em diversos municípios do leste espanhol. Além de Valência, outras duas cidades também tiveram vítimas fatais: duas em Castilla-La Mancha e uma na Andaluzia.
A destruição na cidade foi de níveis alarmantes. O grande volume e a intensidade das chuvas transformou as ruas em rios, arrastando os carros e empilhando os veículos em montes. A violência dos ventos arrebentou o fio dos postes. As águas levaram os móveis das casas, que depois ficaram atolados sob lama.
Valência, a terceira maior cidade da Espanha, foi mais impactada na região sul. Municípios vizinhos também tiveram que enfrentar a tempestade, como Turís e Utiel, onde choveu o esperado para todo o ano.
Em Utiel, a correnteza de um rio em Picanya derrubou uma ponte. Uma mulher precisou ser resgatada de helicóptero. No momento do resgate, ela segurava um cachorro no colo e a água já batia em seu pescoço.
Helicópteros ainda foram necessários nas cidades de Alzira e Catarroja, onde um bebê e uma idosa precisaram ser salvos.
Mais chuva no país
A Agência Estatal de Meteorologia espanhola (Aemet) já informou que há previsão de mais chuva para esta quinta-feira (31) e disparou o amarelo de chuvas acumuladas de 20 mm a 30 mm por hora em toda a região de Valência.
Um alerta vermelho foi emitido para a região de Castelló de la Plana, podendo ter chuvas acumuladas de 40 mm por hora e um total de 180 mm em um período de 12 horas.
O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, visitou as áreas atingidas nesta quinta-feira (31). O Premiê alertou que a tempestade ainda não acabou e pediu para que as pessoas sigam as orientações das força de emergência.
“Obrigado a todos os socorristas. Nessas emergências, deve ser destacado o papel do poder público na busca por sobreviventes e na ajuda às pessoas. Mas digo aos cidadãos que a Dana [Depressão Isolada em Níveis Altos] continuará, então é preciso estar atento”, disse o Sánchez, que já avisou que vai declarar a região como “zona de calamidade natural” na semana que vem.
A região valenciana convive com tempestades de outono que podem causar enchentes, mas não estava preparada para esta, que foi a mais poderosa a atingir a região em tempos.
O governo local tem sido questionado sobre a ausência de alertas sobre as chuvas, que não haviam sido disparados até as 20h de terça, momento em que já chovia em algumas regiões.
Mais de mil soldados das unidades de resgate de emergência da Espanha foram mobilizados, se juntando aos trabalhadores de emergência regionais e locais na busca por corpos e sobreviventes.
Margarita Robles, ministra da defesa espanhola, disse que apenas os soldados já haviam encontrado 22 corpos e resgatado 110 pessoas até a noite de quarta-feira. Ela acrescentou que as autoridades regionais disseram ter resgatado com helicóptero cerca de 70 pessoas até a noite de quarta-feira (30).
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