O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cancelou viagem à Europa a pedido do presidente Lula. A assessoria do Ministério da Fazenda informou no domingo (3) que Lula pediu ao ministro que permaneça em Brasília para tratar das medidas do pacote de corte de gastos. Haddad teria compromissos em Paris, Londres, Berlim e Bruxelas e viajaria na segunda-feira (4).
A decisão ocorre após estresse do mercado financeiro com a demora do anúncio das medidas de corte de gastos. O dólar fechou em disparada de 1,52% nesta sexta-feira (1°), cotado a R$ 5,869, o maior patamar para a moeda norte-americana desde o início da pandemia, quando, em 15 de maio de 2020, esteve cotada a R$ 5,841.
A forte alta veio em resposta à proximidade das eleições presidenciais dos Estados Unidos, à medida que o candidato republicano, Donald Trump, amplia seu favoritismo no mercado de apostas.
A moeda, que chegou a bater R$ 5,762 na mínima, disparou no final da tarde. Um dos fatores foi a notícia da viagem de Haddad à Europa, o que adiou a definição do cortes de gastos. A demora no anúncio das medidas elevou as incertezas fiscais sobre a sustentabilidade da dívida pública num cenário de alta dos juros no Brasil.
Haddad procura articular apoio à PEC
Os detalhamentos do pacote de corte de gastos ainda estão sendo acertados. A proposta foi discutida amplamente com Lula pela primeira vez na semana passada, em uma reunião no Palácio da Alvorada.
Enquanto as medidas não são fechadas, o governo já começou a articulação política para calibrar a aceitação do pacote no Congresso. Haddad aproveitou uma reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e outros senadores na quinta-feira (31) para buscar apoio à PEC (Proposta de Emenda Constitucional) em elaboração pelo governo com medidas de corte de gastos.
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