Apesar de ter abocanhado um ministério e a presidência da Caixa Econômica, a fragilidade no Partido Progressiste (PP), encabeçado por Arthur Lira (PP-AL), representa uma ameaça a projetos do governo federal. A revelação é das repórteres Julia Chaib e Victoria Azevedo, em edição da Folha de São Paulo de hoje, terça-feira (21).
Em setembro, o deputado André Fufuca (PP-MA) foi nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como ministro do Esporte. No mesmo mês, entrou o indicado de Lira na chefia da Caixa, gerando mal estar interno entre os funcionários por se tratar de “toma lá, dá cá” político com a direção do banco.
Como lembra a Folha, as mudanças fizeram parte de uma dança das cadeiras que o governo se propôs a fazer para contemplar o grupo comandado por Lira, chamado Centrão, e assim melhorar a aceitação das propostas do Executivo na Câmara.
Entretanto, parte do Centrão, segundo apuração dos jornalistas, está insatisfeita por não se sentir contemplada com nomeações. Outra queixa são supostos atrasos em liberação de emendas. No caso da pasta com Fufuca à frente, a reclamação é de que o Esporte tem pouca visibilidade e baixo orçamento.
Com isso, o efeito político de estar no ministério pode ser baixo para as eleições municipais de 2024. Não haverá tempo de o PP se projetar com grandes entregas, avaliam deputados. No caso da Caixa, o que parlamentares da sigla dizem é que o gesto foi direcionado a Lira. E somente a Lira.
Para o governo, entretanto, a expectativa era de que a Caixa fosse suficiente, já que engloba 12 vice-presidências repartidas entre partidos aliados do PP, como União Brasil, Cidadania e Republicanos. Essa negociação ainda estaria em curso.
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