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Juliana Dal Piva

Formada pela UFSC com mestrado no CPDOC da FGV-Rio. Foi repórter especial do jornal O Globo e colunista do portal UOL. É apresentadora do podcast "A vida secreta do Jair" e autora do livro "O negócio do Jair: a história proibida do clã Bolsonaro", da editora Zahar, finalista do prêmio Jabuti de 2023.

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Mauro Cid ofereceu R$ 100 mil para plano de assassinato de Lula e Moraes

A oferta foi feita em conversa com o major Rafael Martins de Oliveira, um dos cinco presos hoje
19/11/2024 | 11h00

Por Juliana Dal Piva e Igor Mello

O coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, ofereceu R$ 100 mil para financiar o plano de assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

A informação consta na decisão que autorizou as medidas cautelares da Operação Contragolpe, deflagrada hoje. Entre elas, está a prisão de cinco envolvidos no plano “Punhal Verde Amarelo”, entre eles quatro oficiais do Exército.

A oferta foi feita por Cid em conversa com o major Rafael Martins de Oliveira, um dos cinco presos hoje. No diálogo, obtido pela PF, Cid cobra o aliado por uma estimativa de gastos em conversa no dia 14 de novembro de 2022. Em seguida, afirma: “Só uma estimativa de gastos relacionados a hotel, alimentação, material”. Em seguida, sugere o valor de R$ 100 mil.

Martins encaminha posteriormente a Cid um documento chamado “Copa 2022”, codinome usado pra operação golpista. A PF afirma que era uma estimativa de gastos para custear as ações clandestinas. “To aqui com as necessidades iniciais”, escreveu Oliveira. Cid pergunta o valor. Então, Oliveira responde: “Aquele valor de 100 se encaixa nessa estimativa”

Operação da PF

A Polícia Federal faz uma operação de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (19) sobre o grupo de militares conhecido como “Kids Pretos”. Eles são investigados pela participação na tentativa de golpe de Estado e por um plano para matar Lula, Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), conforme a coluna revelou no dia 12 de novembro. Esse plano faz parte dos preparativos para a tentativa de golpe de Estado após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.

A PF cumpre cinco mandados de prisão preventiva, três de busca e apreensão, além de outras 15 medidas cautelares na ação, batizada de Operação Contragolpe. Os alvos são endereços no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal.

Os militares alvos de prisão são Hélio Ferreira Lima, Mario Fernandes, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo. Também é alvo Wladimir Matos Soares, policial federal.

 

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