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General relatou conversa com Bolsonaro sobre plano de matar Lula

Mário Fernandes imprimiu o projeto no Palácio do Planalto antes de se dirigir ao Palácio da Alvorada
19/11/2024 | 17h58

Por Amanda Prado

O general Mário Fernandes, preso nesta terça-feira (19), relatou em mensagens que, durante o planejamento para matar Lula, conversou com o ex-presidente Jair Bolsonaro sobre o assunto.

Fernandes, que chegou a ocupar o cargo de ministro interino do governo Bolsonaro, é considerado pela Polícia Federal como o idealizador de um plano para assassinar o ministro do STF Alexandre de Moraes, o presidente Lula e seu vice, Geraldo Alckmin.

As investigações revelaram que, em 9 de novembro de 2022, Fernandes imprimiu o projeto no Palácio do Planalto antes de se dirigir ao Palácio da Alvorada.

No dia 8 de dezembro de 2022, ele escreveu ao coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro:

“Meu amigo, antes de mais nada me desculpa estar te incomodando tanto no dia de hoje. Mas, porra, a gente não pode perder oportunidade. São duas coisas. A primeira, durante a conversa que eu tive com o presidente, ele citou que o dia 12, pela diplomação do vagabundo, não seria uma restrição, que isso pode, que qualquer ação nossa pode acontecer até 31 de dezembro e tudo.”

Durante a conversa, Fernandes revela que disse a Jair Bolsonaro: “pô, presidente, mas o quanto
antes, a gente já perdeu tantas oportunidades”.

general e bolsonaro

General pediu para Cid falar com Bolsonaro

O general da reserva disse que, depois, refletindo em casa, queria pedir a Mauro Cid que ele repassasse a Bolsonaro dois aspectos que ele havia levantado sobre o tema.

“A partir da semana que vem, eu cheguei a citar isso pra ele, das duas uma, ou os movimentos de manifestação na rua, ou eles vão esmaecer ou vão recrudescer.

(…) O segundo ponto é o seguinte: eu estou tentando agir diretamente junto às forças, mas, pô, se tu pudesse pedir para o presidente ou para o gabinete do presidente atuar”, escreveu o general, explicando que tem procurado orientar “tanto o pessoal do agro como os caminhoneiros que estão lá em frente ao QG”.

“Os caras não podem agir, é área militar, mas já andou havendo prisão realizada ali pela Polícia Federal. Então isso seria importante, se o presidente pudesse dar um input ali para o Ministério da Justiça para segurar a PF ou para a Defesa alertar o CMP, e, porra, não deixa. (…) Então, atento a isso, conversa com o presidente, cara. Um grande abraço, força!”, encerrou.

As informações estão na representação feita pela Polícia Federal ao Supremo Tribunal Federal (STF) com as investigações do plano golpista e o pedido de prisão de Mário Fernandes e outros suspeitos.

General relatou conversa com Bolsonaro sobre plano de matar Lula

Mauro Cid, tenente-coronel do Exército, ex-ajudante de Ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro

General atuou em gabinete de Pazuello (PL-RJ)

General da reserva, Mário Fernandes atuou no gabinete do deputado federal e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (PL-RJ) de 2023 a março de 2024. Também foi chefe substituto da Secretaria Geral da Presidência no governo de Jair Bolsonaro (PL) entre outubro de 2020 a janeiro de 2023.

O plano, que recebeu o nome de “Punhal Verde e Amarelo”, incluía o uso de metralhadoras, explosivos e até envenenamento. A operação da PF, que teve autorização de Moraes, focou em Fernandes, em um policial federal e militares com experiência em forças especiais, suspeitos de fazer parte da organização criminosa que planejava um golpe de Estado em 2022.

Mário Fernandes em visitas ao acampamento do QG do Exército. — Foto: Reprodução

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