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Haddad: Carrefour vai se ‘reposicionar’; ministro disse que corte de gastos sai esta semana

Ele afirmou que envio do pacote agora só depende do Senado e da Câmara.
26/11/2024 | 08h56

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse ontem (25) acreditar que a rede varejista francesa Carrefour vai se “reposicionar” sobre a decisão de parar de comprar carne dos países do Mercosul, incluindo o Brasil.

“Primeiro, eu não vou ficar comentando atitude de empresa, mas enfim, houve uma reação justificável a esse tipo de declaração. Uma empresa que está instalada no Brasil não faz muito sentido. Mas eu não quero me estender sobre isso porque eu acredito que a empresa vai se reposicionar, na minha opinião”, declarou o mandatário da Fazenda.

Na quarta-feira (20), o CEO do Carrefour avisou, pelas redes sociais, que as lojas francesas da empresa não comprariam mais carne vinda do Mercosul. O comunicado direcionado a produtores franceses pelo CEO global da empresa, Alexandre Bompard, diz que a razão da decisão seria o “risco de inundar o mercado francês com uma produção de carne que não respeita suas exigências e normas”.

A medida provocou uma reação de 23 frigoríficos brasileiros, incluindo grandes empresas como JBS, Marfrig e Masterboi, que suspenderam o fornecimento de carne para as unidades do Carrefour no Brasil. O boicote teve apoio do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

Houve reação também do Congresso Nacional, que prometeu colocar na pauta desta semana um projeto de lei sobre a reciprocidade econômica entre os países.

A embaixada brasileira na França também se manifestou ontem sobre a decisão da rede francesa. Em comunicado, disse que a declaração de Bompard “reflete uma opinião e temores infundados” sobre os produtos da pecuária brasileira.

Haddad diz que corte de gastos sai esta semana

Na mesma entrevista a jornalistas, o ministro da Fazenda também anunciou que teve uma reunião definitiva com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o corte de gastos ontem, e que o texto será enviado ao Congresso nesta semana. Porém, não cravou uma data.

“A reunião foi definitiva com o presidente, fechamos o entendimento dentro do governo, o presidente já definiu as últimas pendências”, detalhou Haddad. Na semana passada, o ministro disse que o anúncio do pacote seria feito entre ontem e hoje (25 e 26).

“[O envio] está dependendo do Palácio [do Planalto] entrar em contato com Senado e Câmara. Mas já estamos preparados, está tudo redigido na Casa Civil. Vamos mandar com certeza esta semana. Agora, o dia, a hora, vai depender mais do Congresso do que de nós”, seguiu.

Sob pressão do mercado financeiro, o governo vem discutindo o pacote de corte de gastos há mais de três semanas. Ainda não está certo quais medidas serão inclusas, mas o que sabe, até o momento, é que cortes em alguns ministérios, como a pasta da Defesa, e medidas para combater fraudes em benefícios previdenciários, estão na lista.

“Para fazer o anúncio tinha que haver uma decisão. A decisão foi tomada hoje [ontem] na presença dos ministros que acompanharam toda a tramitação das propostas, foi pacificada pelo presidente. Agora é só uma questão de protocolo com o Congresso”, frisou Haddad.

Ontem, Lula passou o dia em reunião com a equipe econômica em meio à expectativa do anúncio das medidas.

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