O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encomendou ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) um plano de reestruturação de empresas estatais, principalmente as deficitárias, com o intuito de modernizá-las e, assim, afastar o fantasma da privatização. Desde segunda-feira passada (25), o presidente tem feito reuniões com vários ministros para tratar do tema.
As estatais serão autorizadas a contratarem o BNDES, que vai elaborar projetos, de acordo com a vocação de cada uma delas.
Segundo informações publicadas no jornal O Globo, o Ministério de Gestão e Inovação (MGI), responsável pelas estatais, poderá fazer um contrato de gestão com o BNDES para propor soluções que melhorem o desempenho das empresas públicas.
Entre as empresas que podem se beneficiar do projeto estão Ceagesp, Ceasa Minas, Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Dataprev (empresa de processamento de dados do governo federal), Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), Ceitec (empresa de semicondutores) e EBC (Empresa Brasil de Comunicação).
A inspiração para o projeto seria o que o próprio BNDES fez em relação à Usina Nuclear Angra 3. Novas reuniões sobre o tema devem ocorrer ao longo da semana.
Em nota ao O Globo, o MGI informou que o governo discute medida para melhorar a governança das estatais: “O governo está discutindo um conjunto de medidas que tem como objetivo modernizar e ampliar a eficiência das empresas estatais federais, preservando sua autonomia e alinhando-as às melhores práticas de governança corporativa. As mudanças em discussão não alteram a Lei das Estatais [Lei 13.303, de 2016] e nem sua regulamentação.”
BNDES já aprovou R$ 11,1 bi para financiamento a inovações no ano
O presidente do banco de fomento, Aloizio Mercadante, disse ontem (26) que o banco aprovou R$ 11,1 bilhões para financiamento à inovação no acumulado deste ano, entre janeiro e 14 de novembro de 2024. O resultado significa um recorde na série histórica iniciada em 1995.
Em 2023, as aprovações para inovação somaram R$ 5,3 bilhões. Até então, o pico da série tinha sido alcançado em 2013, quando foram aprovados R$ 9,7 bilhões.
“Se nós quisermos disputar cadeias de valor, temos que inovar. Porque isso está no coração da indústria 4.0 e do futuro industrial. Nós batemos recorde histórico este ano, estamos anunciando aqui o dado: R$ 11,1 bilhões diretamente para a inovação. Dentro desse pacote está, por exemplo, a indústria de carro voador da Embraer”, declarou Mercadante durante o seminário Política Industrial promovido pelo jornal Folha de São Paulo na capital paulista.
Mercadante lembrou que o BNDES já financiou 1.300 aviões da Embraer, ajudando a impulsionar o bom momento da empresa. “A Embraer está batendo todos os recordes, está nos melhores momentos da sua história, inclusive exportando equipamentos de defesa”, acrescentou. “Para mostrar que nós temos condições de disputar áreas de alto valor agregado.”
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