Começou a vigorar às 2h (horário de Brasília) o acordo que estabeleceu uma trégua no conflito entre Israel e Hamas. É a primeira vez, desde o dia 7 de outubro, que há uma pausa nos ataques à Faixa de Gaza.
A libertação de reféns que estão em poder do Hamas, um dos itens do acordo, deve ser feita pela passagem de Rafah, que liga Gaza ao Egito. Até o fim da trégua de quatro dias está prevista a libertação de mais três grupos formados por 12 a 13 mulheres e menores de 19 anos.
Os reféns serão entregues ao Crescente Vermelho e depois para as forças de Israel, para que sejam devolvidos às suas famílias.
Segundo o acordo, deverão ser libertadas 50 reféns de um total de 240 sequestrados pelo Hamas. Mas pode haver a libertação de um número maior de pessoas, já que Israel propôs estender a trégua por mais 24 horas a cada novo grupo de dez reféns soltos.
Por outro lado, está prevista a libertação de 150 mulheres e menores de 18 anos palestinos que estão presos em cadeias israelenses. Muitas dessas pessoas foram presas sem julgamento prévio, e por crimes menos graves, como arremessar pedras contra soldados israelenses, fabricar explosivos, causar danos a propriedades e manter contatos com organizações hostis. Nenhum deles é acusado de homicídio.
Qadura Fares, comissário palestino para prisioneiros, diz que as 24 mulheres e 15 adolescentes previstos para serem libertados das prisões israelenses serão entregues ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha na prisão militar de Ofer, em Israel.
“Depois que a Cruz Vermelha receber os prisioneiros [palestinos], os de Jerusalém irão para Jerusalém e os da Cisjordânia se reunirão no conselho municipal de Betunia, onde suas famílias estarão esperando”, disse Fares à Reuters.
AJUDA HUMANITÁRIA
Outro item do acordo é a permissão para a entrada de ajuda humanitária em Gaza. Segundo o exército israelense, quatro caminhões-tanque de combustível e quatro caminhões-tanque de gás de cozinha foram transferidos do Egito para organizações de ajuda da ONU através da passagem de Rafah para o sul de Gaza.
Youmna ElSayed, jornalista da Al Jazeera, diz que há expectativa de pelo menos “200 caminhões de ajuda entrarem” hoje.
BOMBAS NA VÉSPERA
Antes do início da trégua, a Faixa de Gaza teve mais uma noite de bombardeios intensos vindos “do ar, da terra e do mar”. Mais uma jornalista palestina, Amal Zuhd, e familiares foram mortos na cidade de Gaza, segundo a agência de notícias Wafa.
Os ataques militares israelenses também continuaram durante a noite na Cisjordânia ocupada, onde mais de 220 palestinos foram mortos desde o início da guerra.
Mais de 14.800 pessoas mortas em Gaza desde 7 de Outubro. Em Israel, o número oficial de mortos nos ataques do Hamas é de cerca de 1.200.
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